Proposta aos mensalistas é pior

Congelar salários. Essa é a proposta que as montadoras fizeram para os metalúrgicos mensalistas na última quarta-feira.

Os patrões só querem aplicar parte da inflação e, mesmo assim, apenas até um determinado teto. A partir daí, seriam criados tetos escalonados por faixa salarial. Não é só isso. A aplicação da inflação também seria escalonada. Veja um exemplo. Como o INPC fechou em 4,44%, o reajuste do último teto escalonado seria de 0,44% (10% da inflação).

Ou seja, pela proposta apresentada, os mensalistas não terão sequer a reposição integral da inflação.

Revolta
Logo de manhã, na Volks, a Comissão de Fábrica e o Comitê Sindical realizaram assembleia com os mensalistas para avisar qual era a intenção das Montadoras.

“Se os mensalistas não reagirem, vão acabar no prejuízo”, alertou José Roberto Nogueira, o Bigodinho, coordenador da Comissão. Ele disse que depois da campanha vai retomar o debate com os mensalistas para a preservação dos direitos e até mesmo demissão em áreas administrativas em projetos não discutidos com o Sindicato.

Durante o ato na Scania, o presidente do Sindicato, Sérgio Nobre, chamou de perversa a proposta dos patrões e alertou os mensalistas para o perigo que ela representa.

“Se não houver uma revolta dos mensalistas, os patrões vão empurrar essa proposta goela abaixo”, afirmou Sérgio Nobre.

Regis Guedes, secretário geral do SUR da Scania, fez um alerta, lembrando que a categoria deve entrar unida nesta luta e que o acordo coletivo é um só. “Muitas vezes os mensalistas não participam das mobilizações por acreditar que campanha salarial não é assuntos deles. É por isso que os patrões sentem-se a vontade de apresentar uma proposta absurda como esta”, disse.