Número de doentes profissionais é grande

Perder o emprego é muito difícil, mais difícil ainda é para quem tem algum tipo de doença profissional.

Isso ocorre com muitos trabalhadores na Makita, vítimas da reestruturação produtiva que há dez anos aumentou o ritmo de produção na fábrica.

“Quando começaram as células de produção, o pessoal passou a exercer várias operações, com muito mais movimentos repetitivos e de grande esforço físico”, descreve Rosi Machado,
diretora do Sindicato e trabalhadora na empresa.

Vítimas
É o caso da operadora de máquinas Lindomar dos Santos Silva. Ela já sofreu cirurgia de coluna cervical, tem exames prontos para uma operação de coluna lombar, além de sofrer de bursite nos dois ombros e estar com a audição comprometida.

“Depois de tudo que sofri, foi muita crueldade fazerem isso com a gente”, disse.
A situação de Sandra Aparecida da Silva é semelhante.

A companheira padece de bursite nos dois ombros e também já teve a coluna operada. “Esse foi o resultado dos seis mil discos de serra que pintava por dia”, recorda. “Faço fisioterapia e não sei como ficará a minha vida se eu perder o plano de saúde”, confessa.

Revolta
Manoel Rodrigues de Souza sofre os mesmos problemas causados pelo ritmo alucinante da produção. Tem bursite nos dois ombros e síndrome do carpo no punho direito. “Perdi a força na mão. Nem um copo consigo segurar”, disse. “Tremo só de pensar em meu futuro”, confessa o trabalhador de 40 anos e duas filhas menores de idade.

Com tendinite no ombro e síndrome do carpo no punho direito, Fernando Freire de Araújo está revoltado.

“Ainda estou abalado com a maneira covarde que a fábrica demitiu. Trabalho aqui há tanto tempo e não esperava um gesto desse da Makita, de fazer uma coisa dessas”, desabafa.