Contra a privatização da saúde

Sindicatos de trabalhadores públicos protestam nesta quarta contra projeto de Serra, que quer entregar hospitais do SUS para entidades privadas

Contra o projeto de privatização dos hospitais públicos apresentado pelo governador Serra, os sindicatos cutistas que representam trabalhadores da saúde e assistência social no Estado de São Paulo voltam a realizar manifestação na tarde desta quarta-feira (2), no plenário da Assembleia Legislativa.

Pelo projeto tucano, todos os hospitais públicos passariam a ser administrados pelas Organizações Sociais – ONGs, fundações e outras entidades de caráter privado – que, fora do controle social e com sistema gerencial próprio, representam privatização do Sistema Único de Saúde (SUS). O número do projeto é PLC 62/08, já em tramitação na Assembléia Legislativa do Estado e que pode ir a voto hoje mesmo.

Além de entregar os hospitais a empresas terceirizadas, o projeto também prevê que 25% de todo o atendimento prestado pelos hospitais públicos paulistas seria reservado para clientes de planos de saúde particular.

“Isso é um absurdo. Fere o princípio da universalidade do SUS, pois as Organizações Sociais suspendem atendimento segundo critérios próprios. Além disso, elas não prestam contas do dinheiro público que recebem do governo. O projeto vai contra todos os princípios do SUS e do Conselho Nacional de Saúde”, denuncia Benedito Augusto de Oliveira, o Benão, presidente do Sindsaúde-SP (Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo).

Benão afirma que já existem hospitais públicos terceirizados para as Organizações Sociais em São Paulo, e em todos eles há irregularidades como essas citadas. “Há relatórios de gerência desses hospitais, que conseguimos obter uma cópia, comprovando que pessoas acidentadas ou em situações de emergência deixam de ser atendidas quando o hospital acha que não tem dinheiro”, denuncia Benão.

O presidente do Sindsaúde-SP lembra também que as Organizações Sociais, com essa lógica gerencial, se aproveita da estrutura pública e das verbas públicas para gerar ganhos financeiros para quem criou e administra as entidades.

Da CUT