Emprego está na mesa de negociação entre bancários e Fenaban

Os trabalhadores querem que seja incluída na CCT uma cláusula em que os bancos se comprometam a respeitar os empregos, nos moldes da Convenção 158 da OIT, que proíbe dispensas imotivadas

Em meio a três processos de fusão, o Comando Nacional dos Bancários reúne-se com a federação dos bancos (Fenaban) nesta quinta-feira (27), a partir das 15h, para discutir as reivindicações sobre emprego dentro das negociações da Campanha Nacional 2009.

Os trabalhadores querem que seja incluída na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) uma cláusula em que os bancos se comprometam a respeitar os empregos, nos moldes da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe dispensas imotivadas. A suspensão da implementação de projetos que prevejam terceirizações também está entre as reivindicações.

“Além de os balanços já trazerem resultados positivos para os bancos nesse primeiro semestre, as instituições financeiras estão elevando as projeções do PIB e das operações de crédito para o próximo período. Esse cenário positivo tem de se converter em mais emprego para a categoria”, disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e membro do Comando. “Uma das desculpas para as demissões no setor era o arrefecimento do crédito. Como as perspectivas mudaram, o tratamento ao emprego também tem de mudar de rumo.”

Dados – Apenas nos seis bancos com fusões e incorporações em andamento (Itaú-Unibanco, Banco do Brasil-Nossa Caixa e Santander-Real) estão envolvidos cerca de 230 mil bancários, metade dos 465 mil trabalhadores do setor em todo o país.

Demissões – A redução dos postos de trabalho no setor financeiro está camuflada pelas incorporações de grandes ou pequenas empresas, bancos ou não, que são constantemente negociadas e mostram que a crise passa longe das grandes instituições desse segmento.

Nos últimos seis meses o Itaú reduziu 4.237 postos de trabalho na holding, sendo que a maioria deve estar relacionada ao encerramento das atividades da Taií. O Santander eliminou cerca de mil empregos e o Bradesco, que também incorporou o banco IBI recentemente, fez uma redução de 751 vagas. No total, quase 6 mil postos de trabalho a menos. Entre o total de trabalhadores bancários no Brasil, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, houve uma redução de 2.224 postos no semestre.

Próximas negociações – Mais duas negociações marcadas. No dia 2 de setembro serão debatidas questões de remuneração – como índice e PLR – e demais cláusulas econômicas. No dia 9 de setembro, é a vez de discutir as cláusulas sociais e de saúde.

Do Sindicato dos Bancários de SP