Sindicalista sofre atentado e agricultor é assasinado
A CUT está mobilizada para garantir que se faça justiça e os criminosos não fiquem impunes
Mais uma onda de assassinatos e atentados contra lideranças do campo foi iniciada no Brasil.
No domingo, o companheiro Élio Neves (foto), presidente da Federação dos Empregados Rurais Assalariados de São Paulo (Feraesp) e diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (Contac-CUT) foi vítima de um atentado em uma chácara em Araraquara, no interior paulista.
Dois motoqueiros encapuzados chegaram ao local. O carona desceu e dirigiu-se imediatamente até o sindicalista. Após um tiro no pescoço, os dois fugiram.
Élio foi encaminhado ao hospital, onde permanece em coma induzido.
A trajetória de Élio Neves é marcada pela luta em defesa da reforma agrária e dos assalariados rurais – como cortadores de cana e colhedores de laranja -, contra o trabalho escravo e infantil, e de combate aos gatos que intermediam a superexploração de mão de obra nas lavouras.
A CUT está mobilizada para garantir que se faça justiça e os criminosos não fiquem impunes.
Criminalização
Em nota oficial, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) denunciou ontem a truculência da Brigada Militar do Rio Grande do Sul e responsabilizou o governo Yeda Crusius (PSDB), o Ministério Público Estadual e o Poder Judiciário pelos acontecimentos na cidade de São Gabriel, que resultaram na morte do agricultor Elton Brum com um tiro de espingarda calibre 12 pelas costas.
Segundo o MST, Crusius é responsável por uma política de criminalização dos movimentos sociais e de violência contra os trabalhadores urbanos e rurais.