EBC quer discutir parceria com o Sindicato

Tereza Cruvinel, presidente da TV Brasil, vislumbra parcerias para a futura grade de programação da tevê do Sindicato

A Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) pode ser a primeira entidade parceira da tevê do Sindicato para a troca de programação. A presidente da empresa, Teresa Cruvinel, sugeriu a montagem de um grupo para discutir essa possibilidade durante visita ao Sindicato na tarde da última sexta-feira (31).

A tevê do Sindicato funciona em caráter de teste em Mogi das Cruzes desde o início do ano e já estuda a grade de programação e de conteúdo, que deve priorizar material educativo.

“É uma evolução da comunicação no Brasil. Considero a TV do sindicato um projeto de comunicação pública, que abordará os interesses do mundo do trabalho e dos trabalhadores. Nós, no governo federal, somos generalistas, mas podemos trabalhar juntos”, resumiu Tereza.

A diferença, de acordo com a presidente da EBC, entre os projetos de comunicação estatais e de entidades da sociedade civil é que não há, no caso das iniciativas desvinculadas do poder público, a possibilidade de contaminação política do material produzido. “A TV estatal não deixa de ser influenciada pela visão do grupo que ocupa o poder”, avalia.

Emissoras como a do Sindicato também rompem com outro tipo de influência política: a dos grandes grupos privados de comunicação. “É um processo de democratização de comunicação. Por isso que quando foi anunciada a concessão ao Sindicato, os grupos de comunicação se colocaram contra”, afirmou Tereza.

O presidente do Sindicato, Sérgio Nobre, concordou que a concessão ao Sindicato mexe com privilégios. “Por isso sofremos tantas críticas por conta de termos ganho uma concessão de TV. Esses mesmos meios de comunicação privada nunca reclamaram contra a entrega de concessões a políticos pelo Brasil todo”, completou.

De acordo com Nobre, o processo de montagem da grade e da linha editorial da TV ainda está em discussão, mas há preocupação de não criar um veículo chapa branca em relação ao governo Lula. “Não somos instrumento político. Será uma TV educativa para o trabalhador, com material de relevância pública. Ainda estamos montando isso, mas não será uma TV para agradar a nenhum governo”, garantiu.

Da Redação