Grana: alta nas vendas de veículos favorecerá negociação metalúrgica

Em artigo, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT ressalta o bom momento vivido pela indústria automotiva no país e os reflexos dessa alta na mesa de negociação com os representantes patronais em São Paulo

Nós, da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, assim como as federações e sindicatos metalúrgicos da CUT, vamos para a campanha salarial de 2009 com boas perspectivas de acordo, principalmente no que se refere aos trabalhadores no setor automotivo.

Desde que o governo anunciou a redução do IPI para veículos até 2.000 cilindradas, em dezembro passado, as vendas voltaram a subir e tudo leva a crer que neste ano superaremos todos os recordes de venda e produção estabelecidos em 2008, que foi o melhor ano da história para a indústria automobilística do país.

A boa notícia para a nossa categoria é que junho registrou a maior venda mensal da história, com o licenciamento de 300 mil veículos novos em todo o Brasil. Um reflexo desse quadro é a Volkswagen, que nas últimas semanas abriu centenas de vagas no ABC e em Taubaté.

Estes números eram tidos como inimagináveis do ponto de vista dos analistas logo no início da crise, assim como para a imprensa, que previa um futuro nebuloso, com queda no consumo e conseqüente aumento no desemprego. Mero engano.

Esse tom de pessimismo fez muitas empresas agirem precipitadamente ao demitir em um primeiro momento, sem esperar qual seria a reação do mercado às medidas adotadas pelo governo. Isso inclusive intensificou nossa luta para que conquistássemos na renovação do acordo do IPI, no fim de março, a garantia de emprego nas empresas do setor, como contrapartida social à desoneração de impostos aplicada.

Muitas empresas se aproveitaram do artifício da crise para promover a rotatividade, demitindo trabalhadores com mais tempo de casa e um salário melhor, para logo depois contratarem jovens pagando o piso de cada função. Este é um problema grave que enfrentamos no país durante todo o ano e que com a desculpa da crise foi ainda mais cruel.

A ratificação da Convenção 158 da OIT, que impede a demissão imotivada, é o instrumento que os trabalhadores têm para evitar essa prática perversa dos patrões. A questão está sendo analisada pelos Ministros do STF e muito em breve teremos a decisão definitiva. Acesse o portal da CNM/CUT (www.cnmcut.org.br) para acompanhar as notícias que mostram cada passo do processo. Fique de olho!

Da CNM