Professor da UNB, Venício Lima fala no V ENACOM

O professor sublinhou que os movimentos sociais devem aproveitar as brechas que se abrem com a Conferência Nacional de Comunicação para uma intervenção que desnude a situação absurda a que foram relegadas as concessões públicas, das quais se apropriaram meia dúzia de famílias

O professor Venício Lima abriu na noite de quarta-feira (15) o V Encontro Nacional de Comunicação (Enacom) da Central Única dos Trabalhadores fazendo uma saudação à militância que luta pela democratização do setor, “tomado historicamente pelas oligarquias políticas que montaram seus oligopólios privados”.
 
Na avaliação do professor da UNB e autor do livro “Mídia: Crise Política e Poder no Brasil”, existem questões fundamentais para serem priorizadas: “a primeira é a denúncia permanente da grande mídia, porque esses meios não fazem o que dizem, omitem; só mostram o que lhes interessa,conseguindo cristalizar uma assimetria de poder contra os interesses da população. Temos que criar e fortalecer alternativas nossas, de enfrentamento,junto com a mídia pública”.

O professor sublinhou que os movimentos sociais devem aproveitar as brechas que se abrem com a Conferência Nacional de Comunicação para uma intervenção que desnude a situação absurda a que foram relegadas as concessões públicas, das quais se apropriaram meia dúzia de famílias; “O poder da mídia é maior do que o poder do Estado. É ela quem constrói a hegemonia. Daí a importância de investirmos nos nossos instrumentos para a batalha das ideias. A mídia é quem controla o espaço público, é ela quem define, quem dá o tom, dá visibilidade com nítida desigualdade em relação aos cidadãos”, ressaltou.

As possibilidades abertas com a internet, lembrou o professor, devem ser melhor aproveitadas pelas entidades populares, pois é um espaço privilegiado para o confronto de ideias.

O presidente da CUT, Artur Henrique, destacou que a própria realização da Confecom (Conferência de Comunicação)é resultado da ação e da mobilização da militância da entidade ao lado dos movimentos como o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação. Agora, frisou, o Enacom descortinará horizontes,dando subsídios para a nossa intervenção qualificada ao longo do processo da Conferência, que será realizada nos dias 1º, 2 e 3 de dezembro, em Brasília. Entre outros pontos, o líder cutista sublinhou a relevância da CUT ter investido no último período no seu jornal mensal, bem ter construído um instrumento como a Revista do Brasil, com seus 360 mil exemplares.

Para Rosane Bertotti, da Secretaria Nacional de Comunicação, o Enacom cumpre o importante papel de organizar a intervenção da Central, preparando a militância para os embates cotidianos, e também potencializando os instrumentos de comunicação sindical para a disputa de hegemonia. A secretária cutista frisou o papel da articulação de parcerias, como a estabelecida com a Abraço, para a transmissão do evento,levando para o conjunto dos estados as palavras de transformação e mudança,silenciadas pela grande mídia. Rosane resgatou o significado da recente vitória obtida com a recomposição do Orçamento para a realização da Confecom, onde a CUT e os movimentos que lutam pela democratização tiveram papel protagônico, e frisou a necessidade de manter esta mesma unidade e determinação no próximo embates sobre o regimento da Conferência.

O evento está sendo transmitido pela TV WEB e pela Rádio WEB da Abraço, cobrindo São Paulo e mais 16 Estados.

DA FEM/ CUT