O Globo discrimina sindicalistas

Matéria publicada pelo jornal no último domingo deixa claro o preconceito contra os representantes dos trabalhadores

República sindicalista: este era o jargão que os golpistas de 1964 usavam, contra trabalhadores que ocupavam cargos de direção nos sindicatos, para justificar as perseguições, prisões, torturas e mortes durante a ditadura. Essa é uma página virada de nossa história que a sociedade repudiou e, para que não houvesse dúvida, elegeu e reelegeu um sindicalista como presidente da República.

A matéria “Sindicalistas criam esquema de ação política na Petrobras”, publicada no último domingo (5), contendo várias páginas, informa sobre a existência de 22 sindicalistas em postos estratégicos da Petrobrás, acusados de administrar R$ 544 milhões, destinados a mais de 2.300 projetos sociais, em 938 prefeituras.

A reportagem tenta passar a ideia de que qualquer sindicalista é suspeito a priori, o que não podemos aceitar. Trata-se de um ataque contra todo o movimento sindical. Mas esse não é um preconceito gratuito.

CPI DA PETROBRÁS SERIA O ALVO DAS FALSAS DENÚNCIAS

Tudo indica que a matéria pretende trazer mais elementos para justificar a “CPI da Petrobras”, em andamento no Senado. O pano de fundo dessa campanha é a articulação de interesses subservientes às grandes corporações multinacionais, objetivando a pilhagem das imensas reservas de petróleo e gás do Pré-Sal.

Além disso, não existe nem nas normas da empresa nem na lei nada que impeça ex-sindicalistas de desempenharem qualquer cargo em empresas públicas.

Mas, se concordamos que, do ponto de vista ético, nada impede o preenchimento dos cargos nos altos escalões da companhia por ex-sindicalistas, o mesmo não se pode dizer da política que a maioria deles vem desempenhando na Petrobrás. Tampouco compactuamos com eventuais irregularidades.

Recentemente, nas eleições para a Petros, a Frente Nacional dos Petroleiros (FNP) apoiou e ajudou a eleger candidatos que divergiam da política da empresa. O Sindipetro-RJ tem inúmeras ações contra a Petrobrás e a Petros. São ações em defesa do nosso Fundo de Pensão, principalmente contra a Repactuação, em defesa do Plano de Benefício Definido (BD) para todos os petroleiros e em defesa dos direitos dos aposentados.

Quanto ao ato de protesto no hall da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em novembro de 2007, foi uma ação política contra os criminosos leilões do nosso petróleo e gás. Foi, ainda, uma ação em defesa da soberania nacional. Em razão desse ato de protesto pacífico, vários companheiros estãosendo criminalizados.

A reportagem tendenciosa, publicada em O Globo, que apóia os leilões das reservas nacionais de petróleo e gás, visa tão somente desmoralizar a empresa e os sindicalistas.

Do Sindipetro-RJ