Dieese desmonta choradeira dos patrões

Confederação Nacional da Indústria reclama da redução da jornada para 40 horas, mas estudo do Dieese mostra que argumentos dos empresários estão furados

Estudos do Dieese desmontam a afirmação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) de que a redução da jornada semanal para 40 horas vai aumentar os custos de produção e criar dificuldades para a geração de emprego.

De acordo com o economista Cássio Calvete, do Dieese gaúcho, o impacto da redução no custo da mão de obra é praticamente nulo.

“Aumenta o custo em 2%, valor que é absorvido em apenas seis meses frente ao ritmo de crescimento da produtividade”, disse.

Levantamento feito pelo economista revela que nos últimos 15 anos a produtividade da economia brasileira cresceu 150%.

Calvete também desmontou com argumentos a afirmação do presidente da CNI, Armando Monteiro, de que “em plena crise, a pior receita é aumentar os custos de produção”.

Terrorismo
Calvete lembrou que uma possível redução do crescimento econômico não significa queda da produtividade.

E destacou que na década de 90, em plena recessão, a produtividade industrial cresceu a fortes taxas, em média 8% ao ano.

O presidente da CUT, Artur Henrique, comentou que em 1988, quando a Constituição reduziu a jornada de 48 para 44 horas semanais, a CNI também previu aumento dos custos de produção e milhares de demissões. “Nada disso aconteceu”, ressaltou.