Caso Fiat e GM: CNM-CUT e sindicatos europeus se unem em defesa do emprego

A CNM/CUT ratifica o apoio às reivindicações dos sindicatos europeus, que exigem o não fechamento de fábricas, nenhuma demissão em caso de compra e uma imediata participação nas negociações dos investidores com a Fiat

A Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) participou de uma teleconferência organizada por sindicatos da Alemanha, Itália e Espanha, entre outros, em que foi abordada a possível compra das operações que envolvem fábricas da Opel, Vauxhall e Saab pela Fiat, bem como as operações da GM na América Latina e África do Sul.

A princípio, o plano oficial da FIAT conhecido como “Projeto Phoenix” não prevê o fechamento de fábricas na Alemanha. Porém, sabe-se que há nos bastidores da montadora italiana outro projeto, o “Football”, que confirmaria o encerramento das atividades de três plantas alemãs.

A CNM/CUT ratifica o apoio às reivindicações dos sindicatos europeus, que exigem o não fechamento de fábricas, nenhuma demissão em caso de compra e uma imediata participação nas negociações dos investidores com a Fiat.

Segundo o secretário-geral da Confederação, Valter Sanches, os sindicatos não têm nenhuma posição contrária à Fiat, nem aos trabalhadores italianos ou aos sindicatos daquele país. “Só não podemos deixar que um assunto de importância global que pode custar o fechamento de plantas e o corte de mais de 18 mil empregos a partir de uma fusão, passe sem a negociação com o sindicato dos trabalhadores”, disse.

Os sindicalistas exigem uma participação efetiva na elaboração de planos de fusão ou compra, caso a Fiat realmente dê prosseguimento aos planos de unir-se à GM. Recentemente foram divulgadas estimativas realizadas pela Fiat que apontam para um custo de reestruturação de até US$ 666,1 milhões (R$ 1,38 bilhão) relativos a cortes de funcionários na Europa. Isto é preocupante.

No Brasil não será muito diferente, já que uma possível fusão entre as duas montadoras formaria um império que teria algo em torno de 50% do mercado nacional de automóveis. Chamamos a atenção das autoridades econômicas brasileiras, sobretudo a SDE e o CADE para não permitir a criação de um cartel automotivo brasileiro, que prejudicaria os consumidores por meio de aumentos nos preços dos produtos, redução do número de modelos, etc. Além disso, a fusão poderia precarizar as condições de trabalho dos trabalhadores com fechamento de plantas e redução do número de empregados nas fábricas.

Da CNM/ CUT