Redução do IPI só com garantia de emprego

O Sindicato apoia a prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos, mas exige a manutenção do nível de emprego e negociações permanentes com o setor

 

Manutenção do nível de emprego. Essa é a exigência que o Sindicato faz ao governo e ao setor automotivo para que a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre os veículos seja prorrogada para além de 31 de março.

A confirmação pode ser anunciada no final desta semana ou início da outra e o governo é simpático em condicionar a prorrogação da redução do imposto à manutenção do nível de emprego no setor. Falta vencer a resistência das empresas.

De acordo com Sérgio Nobre, presidente do Sindicato, a medida deve atingir, além das montadoras, o setor de autopeças. “Tudo o que envolve dinheiro público deve vir acompanhado de contrapartidas. A que pedimos é a manutenção do nível de emprego”, explicou.

Negociação
Sérgio Nobre adverte que, sozinha, a prorrogação não é suficiente para o setor atravessar esse período de crise financeira mundial mantendo os atuais números de vendas.

Para ele, o ideal seria definir metas de produção e a formação de uma comissão tripartite entre governos, sindicatos e empresas para manter diálogo permanente sobre o setor. “Tudo isto e IPI menor é a situação perfeita contra a crise”, afirma Nobre.

Se a formalização de um acordo estruturado como propõe o Sindicato fosse demorar algum tempo, a sugestão dos metalúrgicos do ABC é que o governo renove a redução por mais 30 dias até instalar os mecanismos adequados.

Apoio
A reivindicação dos trabalhadores é vista com simpatia por amplos setores.

Uma opinião a favor veio do secretário de Políticas Econômicas do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, durante o seminário ABC do Diálogo e do Desenvolvimento.

O prefeito Luiz Marinho é outro que apoia. O IPI reduzido entrou na lista das propostas consensuadas entre os vários setores que participaram do seminário.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico de São Bernardo, Jefferson José da Conceição, as contrapartidas são reivindicações recorrentes do movimento sindical.

“Principalmente quando há uso do dinheiro público. Na atual situação o pedido é bastante razoável, já que o Estado deve garantir os interesses sociais”, afirma.

Apesar de não ter impedido as demissões, especialmente no setor de autopeças, a redução do IPI, realizada pelo governo federal no final do ano passado como uma das medidas anticrise, impulsionou a venda de automóveis nos dois primeiros meses deste ano.