Com aumento de pedidos, Polistampo, de Diadema, pede para trabalhadores retornarem à fábrica

Empresa antecipa prazo do acordo que reduziu jornada porque setor está reagindo e os pedidos começam a aumentar; na semana passada, a autopeças Fiaam também cancelou redução de jornada

 

 

Os trabalhadores na Polistampo, autopeças em Diadema, retornaram ao horário normal de trabalho esta semana. A empresa antecipou o prazo do acordo de redução de jornada, previsto para terminar na segunda-feira (2). Fica mantida até abril a estabilidade de emprego dos 160 funcionários, garantida pelo acordo.

 

Segundo o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC José Mourão, da Regional de Diadema, as fábricas na área onde ele atua, como a Polistampo,  e que vinham consultando o Sindicato sobre acordos de redução de jornada, desistiram porque perceberam que a economia, especialmente no setor automotivo, está reagindo e os pedidos começaram a voltar ao normal.

 

 

Fiamm foi a primeira

 

A Fiamm, autopeças de São Bernardo, foi a primeira a cancelar acordo de redução de jornada. Os 168 trabalhadores da empresa retornarão aos seus horários normais a partir de 1° de março. A medida tem o objetivo de normalizar a produção, segundo informou a fábrica ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC na quinta-feira  passada (19).

 

 

“Teve empresa que tomou decisão inadequada sem antes avaliar o tamanho da crise”, disse Moisés Selerges, diretor do Sindicato e coordenador de base de São Bernardo.

 

Segundo ele, as empresas deveriam avaliar melhor o cenário antes de procurar o Sindicato com propostas que colocam em risco o emprego e renda dos trabalhadores.

Para Moisés, o ambiente que levou à queda na produção das autopeças foi criado pela falta de planejamento das montadoras, que não confiaram que o mercado de automóveis reagiria neste início de ano.

 

 

Acordo firmado entre a Fiamm e o Sindicato no mês passado, após aprovação em assembléia, reduziu a jornada para quatro dias de trabalho por semana, durante quatro meses. O corte no salário vinha sendo compensado por vale compra. A estabilidade de 90 dias no emprego, prevista no acordo, será mantida.

 

“É uma notícia boa que confirma o que dissemos sobre os empresários que tomaram decisões precipitadas sem avaliar o tamanho da crise”, afirmou Moisés.

 

Da Redação da Tribuna Metalúrgica e Assimp