Olhe a crise como ela é

Grande imprensa diz que o trabalhador deve pagar pelo que está acontecendo na economia.

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Há muitas formas de acompanhar a crise financeira internacional, as suas conseqüências e medidas tomadas. Uma delas é acompanhar as notícias pelos grandes meios de comunicação. É o que a maioria da população faz.
O problema é que esses meios de comunicação possuem interesses bem diferentes dos trabalhadores, portanto, as informações são selecionadas de modo a atingir esses interesses.
Recentemente, uma emissora de tevê realizou uma pesquisa cujas alternativas se limitavam em 1 – redução de salário ou 2 – desemprego. O resultado não podia ser outro; afinal quem deseja ficar desempregado?
O interessante é que, em nenhum momento, ela propôs outras alternativas para a pesquisa ou uma reflexão sobre os reais responsáveis pela crise. De forma geral, o que se propaga é que todos devem contribuir com sua parcela para o fim da tal crise. Todos os trabalhadores, é claro!
Outra informação importante, e não tão divulgada, é que a crise não é generalizada, ela atinge alguns setores da economia, não todos eles. Os bancos, por exemplo, não enfrentam qualquer problema. Um levantamento preliminar da CUT mostra que os setores de autopeças e materiais elétricos e eletroeletrônicos foram os mais atingidos.
É muito importante acompanhar e informar-se, mas precisamos filtrar as informações, identificar os reais interesses por trás delas e sempre procurar meios de comunicação que reconhecidamente defendem a classe trabalhadora.
Não podemos reproduzir as falas e discursos de um grupo bem pequeno que vem transformando a crise em motivo para demissões, aumento de juros ou palco para campanha política. Temos de ser cientes e responsáveis de nosso papel nesse processo, mas não podemos ser os responsáveis por algo que, de forma alguma, criamos. Não vamos pagar essa conta.

Departamento de Formação