CNM/CUT e trabalhadores na ZF na luta contra demissões

A proposta do encontro do Comitê Nacional dos Trabalhadores na ZF foi trocar informações sobre a ação da empresa neste período de crise e as práticas autoritárias junto aos sindicatos e trabalhadores

Os representantes de trabalhadores das plantas na ZF, multinacional alemã que atua no setor de autopeças, se reuniram na sexta-feira (6), na sede da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, na capital paulista, para debater as recentes demissões e a truculência no relacionamento com os trabalhadores e sindicatos.

“A informação mais característica é a de que a empresa está demitindo sem qualquer diálogo com os sindicatos. Até agora houve demissões em todas as plantas sendo cerca de 400 na ZF do Brasil (Sorocaba), 115 em São Bernardo do Campo, 60 na ZF sistemas de direção (Sorocaba), 35 na Lenforder (Sorocaba) e 69 em Belo Horizonte”, relatou a secretária da Mulher da CNM/CUT e trabalhadora na ZF, Maria Ferreira.

Além das demissões, a ZF vem tendo uma série de ações repressivas em junto aos trabalhadores. “A empresa está fazendo de tudo para enfraquecer os sindicatos, praticando a demissão de dirigentes sindicais, demissão de lesionados e advertindo representantes que estavam entregando boletins aos trabalhadores”, disse Maria.

Essas atitudes também vêm gerando consequências graves em empresas que são suas fornecedoras. A Zifran, que emprega 370 trabalhadores, já demitiu 110 e suspenderá o contrato de mais 140.

Essa atitude da empresa se contrapõe às informações de que os investimentos no Brasil estão mantidos para 2009 e não haveria a necessidade de demitir.

“A reunião foi interessante já que os representantes de todas as plantas que estavam presentes ao encontro soubessem que a truculência é geral por conta da presidência da ZF no Brasil. Não se trata de um caso isolado”, afirmou João Evangelista, tesoureiro do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba.

De qualquer forma, o comitê nacional de trabalhadores na ZF conclui que não pode-se permitir que a empresa continue sem negociar. As empresas que querem negociar estão encontrando os sindicatos à disposição e muitas alternativas já foram criadas.

“O prazo para que a empresa comece a negociar encerra-se na segunda-feira após o encontro marcado entre a direção da ZF com a CNM/CUT. A partir de terça, voltaremos a conversar e caso não haja negociação, teremos que tomar atitudes contundentes, já que desde setembro não ocorre uma assembléia na ZF Sorocaba”, completou Evangelista.

A CNM/CUT, os sindicatos e os trabalhadores entendem que o emprego deve ser assegurado e que há muitas ações que podem ser feitas antes. O acordo com a Abimaq é uma delas (veja aqui), que pode ser estendida ao setor de autopeças.

Da CNM/CUT