Funcionários da Sadia da unidade administrativa localizada em Vila Anastácio, na zona oeste de São Paulo, realizaram nesta sexta-feira (23) assembléia com o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação de São Paulo, em frente à sede da empresa, para protestar contra as 350 demissões anunciadas durante a semana. De acordo com o sindicato, aproximadamente 600 trabalhadores participaram da manifestação, que teve início às 5h da manhã e foi encerrada por volta das 9h, após confronto entre trabalhadores e policiais.
O presidente do sindicato, Carlos Vicente de Oliveira, o Carlão, afirmou que a empresa não entrou em contato com o sindicato para informar a respeito das demissões, razão pela qual foi realizado o protesto. “Ficamos sabendo das demissões pelo jornal. Queremos que a empresa dê explicações”, afirmou. O sindicato solicitou esclarecimentos à empresa até quarta-feira. “Se até quarta-feira não nos derem uma explicação, vamos invadir a sede e acampar lá dentro.”
O sindicato também reclama do fato de a empresa não ter fechado acordo de reajuste salarial (a data-base é outubro). Nos demais estados, a Sadia já fechou acordo com os sindicatos da alimentação. Em São Paulo, a empresa oferece reajuste de 8%, com ganho acima da inflação de 0,96%, proposta que foi recusada pelo sindicato. A audiência de conciliação para o acordo de dissídio coletivo está marcada para segunda-feira, às 14 horas, no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT/SP).
A Sadia informou, por meio de sua assessoria, que a demissão de 350 funcionários de cargos de gerência, supervisão e diretoria faz parte de um processo de reestruturação administrativa e não há intenção de efetuar novas demissões. Com o corte, a empresa estima gerar economia de R$ 44 milhões no ano. A empresa também informou que está aberta a negociações com o sindicato. A Sadia possui 63 mil funcionários no país e 800 na Vila Anastácio, onde está localizada a sede administrativa e um centro de distribuição.
Valor Online