A publicidade para crianças

Quem frequenta o supermercado na companhia de crianças, deve observar o crescente aumento da oferta de produtos voltados ao público infantil.
Um dado que comprova o fato é que esse mercado movimenta, hoje, cerca de R$ 50 bilhões por ano no Brasil, segundo o Ibope. Os produtos infantis também estão mais atraentes. Personagens de desenhos, artistas de novela, cantores, apresentadores, entre outros recursos estão a serviço da publicidade com o objetivo de despertar nas crianças o desejo de consumir.
As crianças brasileiras são campeãs mundiais em horas gastas em frente à televisão. Em 2005, foram, em média, cinco horas por dia. A televisão, portanto, é um meio fácil para se atingir o público infantil.
Um debate sobre a influência negativa das propagandas sobre as crianças vem ganhando corpo a partir da aprovação do projeto de lei 5.921 pelo Conselho de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados e das novas normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
As duas iniciativas propõem regras mais rigorosas em relação à publicidade ou comunicação mercadológica, na televisão e no rádio, durante programas dirigidos ao público infantil.
Apesar das críticas e da esperada resistência dos anunciantes, é perfeitamente possível constatar, com pesquisas realizadas por especialistas de diferentes áreas, que crianças de até 8 anos não podem reconhecer a publicidade como sendo publicidade, não compreendem os interesses envolvidos nessa atividade e tendem a acreditar naquilo que dizem as mensagens comerciais.
Mesmo sabendo que essas medidas são insuficientes, vale a pena chamar a atenção dos pais sobre o aspecto educativo desse debate, visto que o comportamento das crianças, suas opções e desejos são influenciados em grande parte pelos modelos, regras e códigos de convivência apresentados por eles.

Departamento de Formação