Lula e centrais sindicais debatem saídas contra as demissões nesta segunda

Presidente se reúne às 17h, em Brasília, com dirigentes sindicais, entre eles a direção da CUT, a maior central do Brasil, para discutir combate ao desemprego. Central Única dos Trabalhadores não admite sequer falar em corte de salários, como já cogitou a Força em apoio à Fiesp

Os temas das demissões e da taxa de juros devem dominar a cena na próxima semana. Logo na segunda-feira, governo e representantes de centrais sindicais discutem saídas para evitar novos cortes no emprego em um cenário de crise financeira mundial. O encontro com o presidente Luiz Inácio Lula e ministros no Palácio do Planalto acontece depois de um impasse nas negociações entre sindicalistas e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta semana.

Os empresários sugerem reduzir a jornada de trabalho e os salários sem oferecer garantias de emprego. A Força Sindical, que já havia concordado com a proposta, recuou após reunião com outras entidades onde decidiu-se levar ao governo sugestões para aquecer a demanda, como redução de impostos.

Sem participar das conversações, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) afirmou que irá ao encontro de Lula.

No mesmo dia, o Ministério do Trabalho divulga o que deve ser o recorde em demissões para um mês de dezembro pelo levantamento do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

O resultado já vinha circulando e foi confirmado pelo próprio presidente Lula: 600 mil demissões, enquanto a série histórica indica entre 300 mil e 400 mil para dezembro.

O IBGE já havia apontado que, em novembro, o emprego recuou na indústria no pior nível em cinco anos.

Neste cenário, cresce a pressão sobre o Banco Central, que na quarta-feira divulga a nova taxa básica de juros. No mercado e entre economistas a previsão é de um corte de 0,50 ou mesmo de 0,75 por cento sobre a taxa atual de 13,75 por cento.

Empresários e trabalhadores estão juntos na demanda pela redução da taxa e sindicalistas prometem manifestações em frente a escritórios do BC nas capitais quarta-feira. A redução dos juros pela maioria dos BCs pelo mundo tem sido argumento para o corte.

Veja a seguir os principais evento políticos da semana.

SEGUNDA-FEIRA

— O presidente Lula recebe os representantes das centrais sindicais. Além da CUT e Força Sindical, devem comparecer a Nova Central, a Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB).

— Ministério do Trabalho divulga resultado do Caged de dezembro e de 2008.

— O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) completa 25 anos e apresenta à imprensa em São Paulo a avaliação sobre a reforma agrária as realizações do movimento. Participam João Paulo Rodrigues e Marina dos Santos, da coordenação nacional. A comemoração será sábado, 24, em Sarandi (RS).

— Visita a Brasília do chanceler da República Popular da China, ministro Yang Jiechi.

TERÇA-FEIRA

— O presidente Lula faz reunião de coordenação política.

QUARTA-FEIRA

— O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulga a nova taxa de juros da economia.

— O presidente Lula se encontra com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre.

QUINTA-FEIRA

— Lula participa de solenidade de passagem do cargo de comandante do Grupo de Transporte Especial na Base Aérea de Brasília.

Da Agência Reuters