Greve dos bancários continua em São Paulo, mas acaba no ABC

Nesta segunda-feira (20), a categoria tem reunião de negociação, às 11h, e assembléia às 19h, em São Paulo

Os bancários de São Paulo, Osasco e região decidiram em assembléia manter a greve até segunda-feira. Os trabalhadores exigem uma proposta melhor na negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que será retomada nesta sexta-feira. Na segunda-feira, às 11h, prosseguem as negociações. ÀS 19h do mesmo dia, tem assembléia da categoria na Quadra dos Bancários (Rua Tabatingüera, 192), para decidir os rumos do movimento.

No ABC, a categoria também rejeitou a proposta, mas decidiu voltar ao trabalho e esperar o fim das negociações em estado de greve. “A greve foi vitoriosa porque de fato conseguiu mobilizar e unir a categoria em torno de um objetivo. Há muito tempo não tínhamos uma adesão tão grande dos bancários de bancos privados em uma greve”, avalia a presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Maria Rita Serrano. “A paralisação foi forte o suficiente para obrigar os banqueiros a mudarem a proposta, mas continuamos em estado de greve, em alerta. Caso as negociações não avancem, será retomada a paralisação”, avisa Rita.

Negociação começa mal – Na primeira negociação desde o início da greve, realizada na quinta-feira, o Comando rejeitou proposta apresenta Fenaban, de reajuste de 9% para os salários até R$ 1.500 e de 7,5% para quem ganha acima desse valor. Para o vale-refeição, o vale-alimentação e o auxílio-creche-babá o reajuste proposto foi de 7,5%, bem abaixo da reivindicação da categoria: auxílio-creche e vale-alimentação de R$ 415, além de vale-refeição de R$ 17,50 por dia.

Em relação à Participação nos Lucros e Resultados (PLR), os banqueiros propuseram manter a mesma formulação de regra básica (80% do salário mais valor fixo de R$ 957,02 já corrigido pelos 9%). O valor adicional à PLR, de acordo com variação do crescimento do lucro, poderá chegar, corrigido pelos 9%, a R$ 1.962. O problema é que só pagam valor adicional este ano os bancos cujos lucros cresceram pelo menos 15%, o que excluiria a maior parte dos bancários.

“A proposta é inferior ao reivindicado pelos bancários. As negociações continuam e vamos buscar melhorar a proposta, já que os bancos somaram resultados extraordinários – seja em lucro, rentabilidade e ativos – e têm condições de apresentar uma proposta à altura do empenho dos bancários. Queremos aumento real e PLR maior para todos os trabalhadores”, disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato e membro do Comando.

 

Da Redação