Defensores públicos de São Paulo fazem greve por mais contratações

Grevistas afirmam que têm o pior salário da categoria, R$ 5 mil

As 22 unidades da Defensoria Pública do Estado de São Paulo estão em greve desde segunda feira para reivindicar reforço da equipe e aumento de salários. A paralisação vai até a próxima sexta-feira.

De acordo com a presidente da Associação Paulista de Defensores Públicos (Apadesp), Juliana Belloque, um plantonista faz a triagem para não deixar de atender situações consideradas de urgência. Ela explicou que a intenção dos defensores é pressionar o Executivo a encaminhar à Assembléia Legislativa de São Paulo projeto de lei que pede a provação de aumento no número de funcionários de forma escalonada. Ou seja, a cada ano seriam contratados 100 profissionais, o que levaria dobrar o atual quadro de 400 para 800 advogados até 2012.

Além disso, a categoria quer a correção salarial. “Temos a sexta pior faixa salarial, com ganhos mensais de R$ 5.045 o que é, praticamente, a metade dos R$ 11,4 mil que recebem os procuradores do Estado”, disse a porta-voz do movimento.

Ela informou que a Defensoria surgiu da Procuradoria Geral do Estado em 2006 e, naquela época, os salários eram iguais. A grande queixa dos defensores é a falta infra-estrutura adequada ao desenvolvimento do trabalho e o quadro atual é insuficiente para atender à demanda que atinge 850 mil pessoas por ano.

Na unidade da capital paulista, que fica na  avenida Liberdade, segundo Belloque, são atendidas em média 500 pessoas por dia, que ficam cerca de quatro horas na fila.

Nesta terça-feira, um grupo de representantes dos defensores deverá ser recebido pelo secretário estadual de gestão, Sidney Beraldo. “Caso não haja uma resposta concreta a nossas reivindicações, poderemos decidir pela paralisação por tempo indeterminado”, ressaltou Juliana.

Já está previsto um ato, na próxima sexta-feira, com uma passeata, do vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, até a sede da Secretaria Estadual de Gestão, na rua Bela Cintra.

Da Agência Brasil