Bancários fazem manifestação no Centro de São Bernardo

Categoria fará atos de protestos em vários pontos do Estado, banqueiros insistem em não negociar reajuste salarial

Fabio Munhoz

Em Santo André a passeata foi acompanhada por uma escola de samba

Os bancários de todo o Brasil entram hoje no sétimo dia de greve. Cansada do descaso dos banqueiros, que insistem em não negociar, a categoria está promovendo nesta terça-feira manifestações em todo o Estado. O ABC não ficou de fora e teve até escola de samba.

Em São Bernardo, o ato foi realizado na Praça da Igreja Matriz, no centro. Já em Santo André, o protesto acontecerá na rua Senador Fláquer, ao lado do Banco do Brasil e do antigo Cineteatro Carlos Gomes, no centro. Em Santo André teve passeata na rua Senador Fláquer (conhecida como rua dos bancos), ao som de escola de samba).

 A greve é nosso último recurso e só existe porque os banqueiros não apresentam uma proposta decente aos trabalhadores”, disse Maria Rita Serra, presidente do Sindicato dos Bancários do ABC. Segundo ela, foram realizadas grandes manifestações hoje, os bancários demonstraram que têm força suficiente e união para lutar por melhores condições e mais qualidade no atendimento ao cliente.

Em São Paulo, os trabalhadores farão ato em frente ao Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, onde acontece audiência de conciliação sobre dissídio de greve. No fim do ato, está marcada uma assembléia para avaliar a paralisação e organizar a greve do dia seguinte.

“Apesar da ação policial, medidas judiciais, constrangimento para tentar obrigar os bancários a voltar ao trabalho, a categoria mantém uma greve forte. Enquanto a Fenaban não apresentar uma proposta que corresponda às reivindicações dos trabalhadores, a greve continua”, disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Na segunda-feira, sexto dia de greve, mais de 30 bancários aderiam à paralisação em todo o estado.

A categoria quer aumento real de 5% (além da inflação de 7,15%), valorização dos pisos, auxílio-creche de R$ 415, vale-refeição de R$ 17,50 por dia, além de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) composta de três salários mais valor fixo de R$ 3.500.

Apesar de cumprir todas as determinações previstas na Lei de Greve, como prazos, edital de convocação e realização de assembléia, o Sindicato foi surpreendido com a determinação de manter atendimento mínimo de 70%, em agências das cidades paulistas durante os dias de greve.

A liminar concedida pela promotora Okasana Maria Dziura Boldo, do Ministério Público do Trabalho de São Paulo, prevê audiência de conciliação com a federação dos bancos (Fenaban) a ser realizada na nesta terça-feira, 14 de outubro. Para o Sindicato, a Lei de Greve é superior às demais.

“O que vale é a vontade dos trabalhadores, que estão exercendo seu direito e fazendo uma greve forte nos últimos dias. Terça-feira a paralisação continua”, disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato.

O dirigente lembra que nos dias de greve os trabalhadores não interferiram no funcionamento do auto-atendiemento, que ficou livre para o acesso e utilização da população. Vale lembrar ainda que em nenhum país do mundo o serviço bancário é considerado como essencial, dispensando percentual de atendimento mínimo.

O Sindicato irá defender o cumprimento da Lei de Greve. “Buscamos resolver a campanha na mesa de negociação, mas os banqueiros, que dominam um dos setores mais lucrativos do país graças às tarifas e aos juros cobrados da população, recusam-se a apresentar uma proposta digna à categoria e a oferecer um atendimento melhor a seus clientes. A Fenaban, que empurrou os trabalhadores à greve, pode dar um fim às mobilizações, reabrindo as negociações”, ressaltou Marcolino.

Da Redação, com informações dos Bancários de São Paulo e do ABC