Dilma estima reajuste de 12% para o salário mínimo em 2012

Disposta a defender a política de correção do salário mínimo aprovada semana passada na Câmara, a presidente Dilma Rousseff afirmou hoje que o crescimento do PIB previsto para 2012 deve garantir um reajuste próximo de 12% no ano que vem.

De acordo com a proposta aprovada pelos deputados, a partir de 2012 o mínimo passará a ser corrigido de forma automática, sem a necessidade de apreciação pelo Congresso. O valor será reajustado pela inflação do ano corrente somada ao crescimento do PIB de dois anos antes.

“O PIB de dois anos atrás tem um componente anticíclico na nossa visão de política, porque nós sabemos que o ano de 2012 será um ano em que a economia vai se recuperar de forma mais forte. Com o reajuste que está previsto diante de um PIB de 7,6% [de 2010] e de uma inflação de 4,5% a 5% [de 2012], teremos reajuste significativo do poder de consumo”, afirmou a presidente, durante a abertura do XII Fórum dos Governadores do Nordeste, que ocorre em Barra dos Coqueiros, região metropolitana de Aracaju.

Dilma também saiu em defesa do ajuste fiscal anunciado pelo governo, ao classificá-lo como necessário para a consolidação do crescimento econômico do país. “Temos perfeita consciência que, para que não haja de fato no Brasil, pressões inflacionárias que nós não deixaremos que aconteça, é importante que a taxa de investimento cresça acima da demanda por bens e serviços”, disse a presidente.

Incentivos fiscais
Falando especificamente de Nordeste, Dilma disse que irá enviar ainda neste semestre ao Congresso um projeto de lei que prorroga até 2018 os incentivos fiscais às empresas que investem na região no âmbito do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor).

Pela legislação atual, a redução do Imposto de Renda para os investimentos produtivos na região expiram em dezembro de 2013. Segundo Dilma, o Nordeste vai receber R$ 120 bilhões em investimentos federais nos próximos anos, sendo R$ 64 bilhões até 2014.

Durante sua fala, a presidente deu um puxão de orelhas público na sua equipe. Ao discorrer sobre a necessidade de apoio federal aos arranjos produtivos locais, Dilma queria citar a cidade de Toritama, no agreste de Pernambuco, onde existe um importante polo têxtil. No entanto, o texto preparado pela assessoria levou a presidente a chamar o município de “Boritama”. “Vejam vocês o que é uma ótima assessoria”, afirmou.

Do Valor Econômico