Lula se emociona ao assistir filme sobre sua vida em São Bernardo

Cerca de 2 mil pessoas, entre moradores da cidade, sindicalistas e governantes das esferas municipal e até federal compareceram aos estúdios Vera Cruz, em São Bernardo, na noite de sábado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva emocionou-se ao assistir pela primeira vez na noite de sábado (28) ao filme que conta a trajetória desde sua infância humilde em Garanhuns (PE) à ascensão como líder metalúrgico no ABC paulista.

O presidente compareceu à pré-estreia do longa “Lula – O Filho do Brasil” ao lado da primeira-dama, Marisa Letícia, e da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à sucessão presidencial. Também estavam presentes, entre outros, atores e produtores do filme, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), e o senador Aloizio Mercadante (PT).

Cerca de 2 mil pessoas, entre moradores da cidade, sindicalistas e governantes das esferas municipal e até federal compareceram aos estúdios Vera Cruz, em São Bernardo.

Antes da exibição, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, deu boas vindas a todos. “Sejam bem vindos, esta é nossa casa. É um dos objetivos da nossa administração colocar na ativa o Vera Cruz, que abrigou grandes sucessos do cinema brasileiro. Esta exibição é um passo importante na retomada dos estúdios e é uma determinação da cidade colocar de volta a Vera Cruz na indústria cinematográfica”, afirmou.

O diretor do filme, Fábio Barreto, que usou os estúdios nas gravações do filme, concordou com o prefeito. “Espero que o Vera Cruz vire um polo do audiovisual”, disse. O diretor lembrou do apoio que teve enquanto rodava o filme na cidade. “Tivemos uma colaboração enorme do povo do ABCD, que deu veracidade e até aconselhavam, o que tornou a emoção verdadeira. Foi um grande desafio”, disse. Barreto contou ainda que quis retratar a vida de Lula até os 35 anos, quando sua mãe, dona Lindu, morre. “É uma parte da história que ninguém conhecia.”

Fabio Barreto disse, emocionado, que o filme é uma homenagem, primeiramente a Dona Lindu, mãe de Lula, interpretada pela atriz global Glória Pires. Depois é uma homenagem também ao presidente e, em terceiro, ao povo brasileiro, “que é perseverante, que insiste”, disse.

O produtor do filme, o também cineasta e pai do diretor, Luis Carlos Barreto, relembrou a importância do movimento sindical no País. “São Bernardo entrou para a história desse País como símbolo da luta contra a ditadura. Aqui, a classe operária, em especial os metalúrgicos, dobrou e quebrou a espinha da ditadura. Este é o simbolismo político, pois foi essa luta que nos permite estar aqui hoje, numa democracia”, argumentou. E contra as acusações da oposição de que o filme servirá como campanha eleitoral em 2010, Barreto afirmou: “O filme conta a história da família Silva, como tantas outras no País”.

Convidados – Também estavam presentes na exibição do filme, parte do elenco. Glória Pires, o protagonista Rui Ricardo Diaz e Juliana Baroni, que interpreta a primeira-dama, marcaram presença. A roteirista do filme e autora do livro “Lula, o filho do Brasil”, no qual o longa-metragem foi baseado, Denise Paraná, também conferiu a pré-estreia.

De âmbito político, compareceram ao Vera Cruz o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, o ministro de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, o vice-prefeito de São Bernardo Frank Aguiar, o prefeito de Diadema Mário Reali, além do ex-ministro e deputado cassado José Dirceu e do ex-presidente do PT José Genoino. “A história de Lula é uma vitória e tive o prazer de acompanhar toda essa luta”, disse Genoino, antes da exibição. “Em relação às criticas da oposição, acho que querem fazer guerra e por isso não quero comentar.” O publicitário Washington Olivetto também assistiu o filme no Vera Cruz.

Antigos amigos e sindicalistas também compareceram e puderam cumprimentar o presidente após a exibição. Descontraído, o atual presidente do Sindicato dos Metalúrgicos – cargo do presidente nos anos 80 – Sérgio Nobre, afirmou: “Ele já nos deu a Copa, já nos deu as Olimpíadas. Quem sabe agora não nos dê o Oscar”, brincou.

Apesar de estar visivelmente emocionado e portar um lencinho, Lula não quis falar com a imprensa sobre sua impressão da obra. O filme será lançado no Brasil no dia 1º de janeiro de 2010. Em março, segue para exibição em países vizinhos da América Latina.

Da Redação, com agência