Entrada de dinheiro na Bolsa mostra otimismo de estrangeiros com o Brasil, diz BC

No mês passado, o saldo de investimento estrangeiro na Bovespa em 2009 ultrapassou a marca dos R$ 10 bilhões. O número representa a diferença entre a compra e a venda de ações neste ano

O aumento dos investimentos estrangeiros na Bolsa de Valores foi apontado nesta quarta-feira (3) pelo Banco Central como um sinal de que há uma aposta internacional na recuperação mais rápida da economia brasileira.

No mês passado, o saldo de investimento estrangeiro na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) em 2009 ultrapassou a marca dos R$ 10 bilhões. O número representa a diferença entre a compra e a venda de ações neste ano.

“A euforia que existe no mercado internacional com o Brasil é porque os investidores internacionais apostam que o país vai sair mais forte da crise. Não existe investimento mais forte em Bolsa de Valores se há previsão de que a economia vai entrar em recessão mais prolongada”, afirmou o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, em audiência na Câmara dos Deputados.

Apesar desse otimismo, Meirelles voltou a afirmar que ainda é “um pouco prematuro” para se concluir de que o pior da crise internacional já passou. Mesmo assim, o presidente do BC aposta em um fortalecimento do Brasil no cenário internacional.

Meirelles mostrou uma série de dados, entre eles, as taxas de juros praticadas no mercado financeiro nacional, que estão no menor nível da história: 9,24% ao ano nos empréstimos de 360 dias (5% ao ano, se descontada a inflação prevista para o período).

Grau de investimento
O diretor de Política Econômica do BC, Mário Mesquita, que também participou do debate na Câmara, disse que o Brasil também possui um indicador de relação dívida/PIB (usado para comparar o endividamento de diferentes economias) melhor que o de outros países com a mesma classificação internacional de risco.

Com isso, afirmou que é de se esperar que a classificação do Brasil seja elevada pelas agências internacionais de avaliação, ou que a dos outros países seja rebaixada. “É claro que eu prefiro que o Brasil tenha um upgrade”, disse Mesquita.

Em abril deste ano, a agência de classificação Standard & Poor´s manteve o “rating´ (nota de risco de crédito) do Brasil em grau de investimento, nota que havia sido concedida ao país em abril de 2008. O grau de investimento é reservado para países e empresas considerados bons devedores.

A perspectiva de revisão desta nota é “estável”, o que significa que, num prazo de dois anos, as probabilidades são maiores de que não seja alterada.

Da Agência Folha