Lula está construindo um gigante regional único, diz ´Newsweek´

Menos de um mês depois de ter publicado uma entrevista com o presidente Lula, revista americana traz reportagem de capa sob o título "A superpotência astuta", na qual diz que Lula está colocando o Brasil no mapa das superpotências globais". Diz ainda que, depois de décadas de passos em falso, o Brasil tornou-se uma sólida democracia de livre mercado, uma rara ilha de estabilidade (...). Sem um manual para tornar-se uma potência global, o Brasil de Lula parece estar escrevendo o seu", afirma a publicação

O Brasil vem se transformando na última década em uma potência regional única, ao se tornar uma sólida democracia de livre mercado, uma rara ilha de estabilidade em uma região conturbada e governada pelo Estado de direito ao invés dos caprichos dos autocratas. A afirmação é feita em artigo publicado na última edição internacional da revista americana Newsweek.

“Contando com a cobertura da proteção de segurança americana, e um hemisfério sem nenhum inimigo crível, o Brasil tem ficado livre para utilizar sua vasta vantagem econômica de seu tamanho dentro da América do Sul para auxiliar, influenciar ou cooptar vizinhos, ao mesmo tempo conseguindo conter seu rival regional problemático, a Venezuela”, afirma o artigo.

Segundo a revista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “preside uma superpotência astuta como nenhum outro gigante emergente”.

O artigo foi publicado menos de um mês após Lula ter aparecido na capa da Newsweek, com uma entrevista exclusiva à revista após seu encontro com o presidente americano, Barack Obama, na Casa Branca.

Poderio militar

A Newsweek observa em seu último artigo que enquanto outros países emergentes e mesmo os Estados Unidos contam com seu poderio militar como forma de afirmação, o Brasil “expressou suas ambições internacionais sem agitar um sabre”.

A revista observa que quando há algum conflito na região, o Brasil envia “diplomatas e advogados para as zonas quentes ao invés de flotilhas ou tanques”.

O artigo também comenta que o Brasil tem se tornado uma voz mais assertiva para os países emergentes nos temas internacionais, contestando por exemplo os subsídios agrícolas dos países ricos.

“Nenhum governo foi tão determinado como o de Lula em estender o alcance internacional do Brasil. Apesar de ter começado sua carreira política na esquerda, Lula surpreendeu os investidores nacionais e estrangeiros ao preservar as políticas amigáveis ao mercado de Fernando Henrique Cardoso internamente, para a frustração dos militantes de seu Partido dos Trabalhadores. Para a esquerda, ele ofereceu uma política externa vitaminada”, diz a Newsweek.

Influência americana

A revista diz que os esforços brasileiros advêm da estratégia “não-declarada” de se contrapor à influência dos Estados Unidos e de dissipar as expectativas de que exerça um papel de representante de Washington”, mas que nem por isso o país embarcou na “revolução bolivariana”.

“Pelo contrário, Lula tem controlado a região ao cooptar os vizinhos com comércio, transformando todo o continente em um mercado cativo para os bens brasileiros”, diz o artigo. “No fim das contas, o poder do Brasil vem não de armas, mas de seu imenso estoque de recursos, incluindo petróleo e gás, metais, soja e carne.”A

A revista afirma que isso também tem servido para conter a Venezuela e que a provável aprovação próxima da entrada do país de Hugo Chávez ao Mercosul não é “um endosso aos desejos imperiais de Chávez, mas uma forma de contê-lo por meio das obrigações do bloco comercial, como o respeito à democracia e a proteção à propriedade”.

“Isso pode ser política de risco. Mas as apostas estão nos brasileiros. Sem um manual para se tornar uma potência global, o Brasil de Lula parece estar escrevendo o seu próprio manual”, conclui a Newsweek.

Ele é “o cara”

A reportagem vem em seguida de Lula ter sido chamado de “o cara” pelo presidente americano, Barack Obama. Sob o título “A superpotência astuta”, a reportagem mostra como o presidente Lula está colocando o Brasil no mapa das potências globais.

Na entrevista, Lula diz que estava meio desapontado com minha vida política. “Já estou no meu sexto ano de mandato, estava ficando cansado. Mas essa crise é como – uma coisa que nos provoca, nos faz acordar. Está me dando entusiasmo. Quero brigar. […]”

Abaixo links para ler o artigo  e a entrevista orginais:

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/0…newsweek_rw.shtml
http://www.newsweek.com/id/190352/page/1
http://www.newsweek.com/id/194604

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