Em audiência, presidente da Câmara promete votar 40 horas ainda neste ano


Paulo Cayres, presidente da CNM, à esquerda, durante audiência com Marco Maia. Foto: Rodolfo Stuckert

O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, Paulo Cayres e o secretário de política sindical, Loricardo de Oliveira, estiveram presentes segunda-feira (26), em audiência com o presidente da Câmara Federal, Marco Maia, em Brasília. A CNM/CUT apresentou documentos do DIEESE que apontam para a necessidade de construir uma proposta sobre a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salários.

Marco Maia se comprometeu a criar, imediatamente, uma comissão para construir uma proposta para discutir a questão da redução da jornada de trabalho. Segundo Maia, a criação dessa comissão ocorrerá dentro do prazo de uma semana, e os deputados que farão parte do grupo, terão entre 30 e 40 dias para apresentar proposta.

“A PEC 231- que trata da redução da jornada de trabalho será votada ainda neste ano,” garantiu Maia.

O documento da CNM/CUT
Paulo Cayres entregou ao presidente da Câmara documento sobre os benefícios da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. Os dados são do DIEESE e apontam para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e o aumento da geração de emprego. “Se a Casa não votar as 40 horas semanais, os metalúrgicos irão às ruas fazer manifestações em todo o país. Para nós, é importantíssimo votar e aprovar, ainda este ano, as 40 horas semanais.; Este é o momento ideal da Câmara se mobilizar para aprovar a medida, disse o presidente da CNM/CUT.

Para o dirigente da Confederação, “o Brasil está preparado para enfrentar crises econômicas mundiais sem se contaminar. As empresas brasileiras estão preparadas para implantar a redução de 40 horas e manter as altas produtividades e os lucros registrados nos últimos anos”, revela Cayres.

“E nós, trabalhadores”, disse Paulo Cayres, “queremos a divisão desses lucros. É fundamental que os deputados saibam que a redução de jornada não é prejudicial para as empresas, e o documento que a CNM preparou para o presidente da Câmara mostra isso. Prova que a redução da jornada é constitucional e não trouxe feitos negativos”, complementou.

A promessa de Marco Maia é de criar a “câmara de negociação”, para discutir a pauta dos trabalhadores. Essa comissão terá 8 membros – metade formada por deputados ligados ao mundo empresarial e a outra metade composta por deputados que representem os trabalhadores. Maia disse ainda que é preciso construir uma proposta de consenso na comissão para facilitar a aprovação do texto. Explicou que são necessários 308 votos para aprovação de uma PEC.

O presidente da CNM/CUT reforçou a necessidade de aprovação das 40 horas ainda neste ano, já que, no setor metalúrgico, quatro montadoras reduziram as horas trabalhadas e a categoria quer a unificação da jornada em todo o país.

O compromisso assumido entre o presidente da Câmara e a CNM/CUT é de que o prazo máximo para a votação será entre novembro e início de dezembro deste ano.

Da CNM/CUT