Comissão vai apurar crimes da ditadura

 

Rossana Lana / SMABC

A Comissão da Verdade, aprovada na Câmara Federal, vai acabar com a inércia que havia na apuração dos crimes cometidos durante a ditadura contra os direitos humanos. O comentário é do sociólogo Emir Sader.

A comissão vai investigar os casos de tortura, morte, estupros, desaparecimentos e ocultação de cadáveres entre 1946 e 1985.

Ela vai investigar as circunstâncias em que ocorreram as violações de direitos humanos, identificando as estruturas, locais e instituições relacionadas a essa prática.

Assim, a Comissão poderá auxiliar na localização e identificação de corpos e restos mortais dos 140 desaparecidos. Ao final, ela fará um relatório com suas conclusões.

Os sete integrantes serão indicados pela presidenta Dilma Rousseff. A Comissão terá poderes para requisitar qualquer documento e informações, mesmo os classificados em grau de sigilo, além de convocar de forma obrigatória as pessoas para prestarem esclarecimentos.

Desde que o projeto do governo federal entrou na pauta da Câmara várias manifestações de apoio à Comissão foram realizadas no País.

Um dos manifestos estava assinado por todos os seis ex-ministros dos Direitos Humanos. “O País precisa ter coragem de fazer essa investigação. Os beneficiados são as futuras gerações, pois é importante saber o que se passou para não voltar a acontecer”, disse Paulo Vannuchi (foto), um dos que ocupou o cargo.

Ele comentou que, neste novo momento pelo qual o Brasil atravessa, o País não poderia ficar sem isso. “Era uma dívida”, avisou.

Cerca de 40 comissões semelhantes já foram criadas no mundo, em países como Argentina, Chile, Peru, Paraguai e África do Sul.

Da Redação