20 mil nas ruas por Reforma Política
“Reforma Política é a esperança de um país mais transparente e democrático”
O s metalúrgicos do ABC participaram do ato que reuniu cerca de 20 mil pessoas na Avenida Paulista em defesa da Reforma Política, organizado pela CUT e outros movimentos sociais na última quinta, dia 13.
A luta é para o Congresso convocar um plebiscito no qual a população escolha se quer ou não uma assembleia constituinte exclusiva para elaborar a reforma do sistema político brasileiro.
“A proposta nunca foi tão atual”, afirmou o presidente do Sindicato, Rafael Marques (foto). “Este debate é a esperança do Brasil melhorar, ser mais transparente e mais democrático”, completou.
Segundo o presidente, esse momento é muito oportuno para criar as condições de o País avançar pra valer. “A reforma política permite repensar o papel do Estado brasileiro, das instituições, para que as organizações sejam cada vez mais transparentes e democráticas”, defendeu.
Para Rafael, o sistema adotado pelo Sindicato prova que é possível dar mais transparência e ampliar a participação social nas organizações.
“Eu comparo a eleição do nosso Sindicato, com assembleia massiva abrindo o processo eleitoral; com as regras aprovadas pelas convenções; com a categoria inteira sabendo as datas e os prazos para inscrições de chapas”, destacou o dirigente.
“Por isso, apoiamos a mobilização da semana passada e a coleta de assinaturas, realizada durante a Semana da Pátria, que chegou a quase oito milhões de brasileiros”, relembrou.
Entre os temas que poderão estar na pauta dos debates sobre as mudanças do sistema político, o fim do financiamento privado das campanhas eleitorais é um dos mais destacados.
No caso do financiamento, cientistas políticos afirmam que as empresas atrelam as doações que fazem durante as campanhas a participação em contratos públicos e isso seria o início da corrupção política.
“Não justifica, mas é uma parte importante deste debate. Inclusive a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal, o STF, já se posicionou contrária ao financiamento privado”, disse.
Rafael acredita que para mudar mesmo o sistema político brasileiro, não basta uma investigação rigorosa, como a que está sendo feita na Petrobras. Ela deve estar acompanhada pela reforma política.
“Há muita hipocrisia naqueles que dizem que querem combater a corrupção, mas defendem a permanência do mesmo sistema político que há no Brasil”, criticou.
“Temos que tirar lições das coisas que vêm acontecendo no Brasil para melhorar, por que hoje é a Petrobras, ontem foi a Siemens e as obras do Metrô de São Paulo e amanhã o que será?”, questionou o presidente.
Para ele, a reforma política tem que ser feita com seriedade para dar conta do que a sociedade reivindica.
“A reforma feita nos últimos 20 anos, chamada reforma política, só piorou o sistema. Nela foi aprovada sem debates a reeleição para presidente e governadores e, mesmo assim, comprando votos”, condenou.
Rafael também cobrou o posicionamento da mídia brasileira em relação à reforma política. “A mídia tem um papel social neste processo, promovendo o debate e abrindo a informação para toda a sociedade”, cobrou Rafael.
“O Sindicato defende a abertura do debate sobre a reforma política. O resultado será o amadurecimento das posições”, concluiu.
Dilma afirma que caso Petrobras não é ‘engavetável’
Logo após o encerramento da Reunião de Cúpula do G20, neste domingo, na Austrália, a presidenta Dilma Rousseff (foto) afirmou que a investigação feita na Petrobras mudará as relações entre sociedade, Estado e empresas privadas.
“O fato de nós, neste momento, estarmos com isso de forma absolutamente aberta, sendo investigado, é um diferencial imenso”, disse.
De acordo com a presidenta, este é o primeiro caso de corrupção efetivamente investigado no Brasil. “Esse não é o primeiro escândalo de corrupção do País. Agora, ele é sim o primeiro escândalo na nossa história realmente investigado, o que é muito diferente”, reforçou Dilma.
“Nós temos o primeiro escândalo da nossa história investigado. Há aí uma diferença substantiva e eu acho que isso pode de fato mudar o País para sempre e acabar com a impunidade. Essa é, para mim, a característica principal dessa investigação. É mostrar que ela não é algo engavetável”, declarou.
A presidenta ressaltou ainda que é preciso tomar cuidado para que a sociedade brasileira não “condene” a Petrobras pelos atos de corrupção que foram cometidos por alguns funcionários da estatal e destacou que o fato de a Lava Jato ter colocado atrás das grades “corruptos e corruptores” é uma questão simbólica para o País.
A operação da Polícia Federal, denominada Lava Jato, prendeu 23 executivos de empreiteiras, incluindo a de um ex-diretor da Petrobras.
No ano passado, a presidenta enviou ao Congresso Nacional a Lei 12.846/2013, conhecida como Lei Anticorrupção.
Uma das inovações da lei que entrou em vigor em 2014 foi a possibilidade concreta de punição dos corruptores, ou seja, das empresas que pagam propinas aos agentes públicos para serem favorecidas em licitações públicas.
Além disso, as empresas que denunciarem possíveis extorsões de agentes públicos poderão ter a pena reduzida.
Da Redação