Centrais pressionam governo em debate

 

Coletiva com os presidentes das centrais: Antonio Neto, da CSB; Vagner Freitas, da CUT; Miguel Torres, da Força Sindical; e Ricardo Patah, da UGT

Em reunião com quatro ministros de Estado mantida segunda-feira (19), em São Paulo, a CUT e as demais centrais sindicais criticaram as medidas anun­ciadas pelo governo federal no final do ano passado – que afetam direitos trabalhistas e previdenciários – e as decisões do Ministério da Fazenda di­vulgadas enquanto transcorria o encontro.

Estiveram com os sindicalistas os ministros Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência da República; Nelson Barbosa, do Planejamento; Manoel Dias, do Trabalho; e Carlos Gabas, da Previdência Social.

Segundo o presidente de Sindicato, Rafael Marques, as centrais foram surpreendidas pelas medidas adotadas do final de 2014.

No encontro, todos os ministros negaram a revo­gação das medidas de final de ano, mas admitiram a mudança de alguns pontos sobre acesso ao benefício da Previdência Social, seguro­-desemprego e seguro-defeso (para pescadores).

Rafael considerou que não foi um bom sinal anunciar as medidas no fim de 2014 sem conversar com as centrais. Foi o contrário do que vinha acon­tecendo ultimamente. “Mas negociar alguns pontos das medidas pode ser uma saída”, afirmou.

Segundo ele, as centrais es­peravam uma continuidade da reunião mantida com a presidenta Dilma no dia 8 de dezembro do ano passado. O encontro criou uma expectati­va positiva entre os sindicalis­tas, que a partir dele esperavam serem consultados antes de o governo tomar qualquer medida que afetasse a classe trabalhadora.

Durante as duas horas e meia que durou a reunião, os sindicalistas souberam das medidas anunciadas pelo mi­nistro da Fazenda, Joaquim Levy, e contestaram os mi­nistros.

“A decisão de aumentar o PIS/Cofins sobre produtos importados foi boa, pois os produtos nacionais estão pa­gando mais impostos que os vindos de fora, o que prejudica a produção e o emprego”, ex­plicou Rafael.

“O aumento do IOF foi ruim. Isso aumentará a restrição ao crédito, indo em direção con­trária à pauta que aprovamos durante a manifestação na Via Anchieta”, protestou o presi­dente do Sindicato.

“Ao contrário do PIS/Co­fins, a decisão sobre o IOF vai prejudicar as vendas e, consequentemente a produ­ção. Essa medida pode crescer como uma bola de neve e nós não podemos permitir que o Brasil entre em recessão. Esse é o pior dos mundos”, aler­tou Rafael que, com a CUT e demais centrais sindicais, também quer a abertura de uma mesa de negociação com o Ministério da Fazenda.

Da Redação