Marina apoia Aécio em busca de cargos, denuncia Amaral
Como esperado, Marina formalizou seu apoio a Aécio no segundo turno das eleições, quatro meses após dizer que não subiria de jeito nenhum no palanque do tucano. O partido, disse ela na ocasião, tinha cheiro de derrota no segundo turno.
Antes de formalizar o apoio, Marina tentou obter de Aécio uma carta de compromissos, todos genéricos, com a exceção de um: a retirada do projeto de redução da maioridade penal. Conseguiu os genéricos, mas não o específico.
“Para formular os argumentos vazios que invocou ao justificar a adesão, Marina não precisava de tantos dias, bastavam minutos”, comentou Janio de Freitas em sua coluna na Folha de S.Paulo.
“Além disso, Marina tem muita convivência com a política para saber que nenhuma condição exigida de Aécio tem valor algum: se eleito e por ela cobrado, não esqueceria o velho refrão político ‘as circunstâncias mudaram’”, prosseguiu o jornalista.
Roberto Amaral, na carta em que renunciou à presidência nacional do PSB por causa do apoio do partido a Aécio, foi mais duro. “A manobra visa cargos e ministérios que já estão sendo negociados”, denunciou.
Para Amaral, ao aliar-se com Aécio, Marina joga no lixo o legado do PSB e contradiz a oposição que o Partido sustentou ao longo do período de políticas neoliberais.
“A velha política criticada por Marina está em prática nos bastidores e pauta o apoio ao tucano”, disse Amaral. “Em momento crucial para o futuro do país, o debate interno restringiu-se à disputa baixa dos que buscam recompensas do Estado”, completou.
A adesão provocou uma debandada também na Rede Sustentabilidade, o partido que Marina tenta formar. Ao deixarem o projeto, seus apoiadores alegam que adesão é um grave erro e contraria ao projeto original, pois apoia a desconstituição de direitos, os ruralistas e o capital financeiro.
Da Redação