Para Vannuchi, Alckmin é o ´porta-voz´ do discurso conservador na segurança
Alckmin defendeu, durante o debate, a redução da maioridade penal
Os candidatos Paulo Skaf (PMDB) e Alexandre Padilha (PT) seguem atrás do tucano; analista avalia que Padilha tem condições de se sobressair
Para o analista político Paulo Vannuchi, o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), é o “porta-voz” do discurso conservador com relação à segurança pública no estado. “Alckmin chega ao ponto de fazer em debate, no horário de televisão, a propaganda de sua proposta da redução da maioridade penal”, ressalta em comentário feito hoje (26), à Rádio Brasil Atual, ao se referir ao debate entre os candidatos ao governo, realizado pelo SBT nesta segunda-feira (25).
Vannuchi avalia que a “aposta” do governador é na repressão e ordem, até mesmo na ideia de que é preciso conter manifestações populares. “Embora Paulo Maluf agora seja um moribundo na política, quase um cadáver que fica vagando e aparece aqui e ali ao lado do PT, o seu discurso sempre foi o da ordem, da dureza, bandido bom é bandido preso. E é o mesmo de Geraldo Alckmin”, considera.
O analista político pontua que a Polícia Militar (PM) de São Paulo é acusada de se envolver com o crime organizado e também reconhecida por assassinatos que vitimizam jovens negros das periferias. Nesse sentido, Vannuchi indica que a redução da maioridade penal culpabiliza o jovem infrator, que pratica o crime como resultado de um estado ausente, sem proteção familiar, alimentar, escolar e na saúde.
“Se o PSDB ainda fosse como nos seus bons tempos, como ele nasceu no processo da Constituinte, com Mário Covas, se ainda houvesse esse partido, haveria uma comoção interna, mas esse PSDB não existe mais”, afirma.
Além disso, o analista elogia a postura do candidato do PSOL, Gilberto Maringoni, que criticou a PM e alertou que a corporação, até hoje, ostenta em escudo a participação na Guerra de Canudos.
“Canudos foi um massacre contra um bando de miseráveis no sertão da Bahia, que queriam terra, comer e viver, liderados por Antônio Conselheiro, em 1897”, relembra.
Com relação aos candidatos Paulo Skaf (PMDB) e Alexandre Padilha (PT), que seguem, respectivamente, atrás de Alckmin nas intenções de votos dos eleitores, Vannuchi avalia que o petista tem condições de superar o peemedebista. “Paulo Skaf tem como a sua grande saia justa não conseguir responder, no debate, em quem vai votar para presidente”, pontua, ao levar em conta que Michel Temer, presidente do PMDB, é o vice de Dilma.
Nesse cenário, o avaliação é de que Padilha pode se “sobressair” nas pesquisas durante os próximos 40 dias de campanha. Para o analista, o petista deve ressaltar que se orgulha de ter sido ministro de Lula e Dilma, além de ser autor de um dos programais mais bem avaliados, no âmbito da saúde, pelo governo da presidenta, o Mais Médicos.
Da Rede Brasil Atual