Dilma sanciona a lei do Marco Civil da Internet

A presidenta Dilma Rousseff sancionou ontem, simbolicamente, o Marco Civil da Internet, aprovado pelo Senado na noite da última terça-feira na forma que desejava o governo federal. O Marco é considerado uma espécie de Constituição para uso da rede mundial no País.

“A internet que queremos só é possível em um cenário de respeito aos direitos humanos, em particular à privacidade e a liberdade de expressão”, declarou Dilma. “Os direitos que as pessoas têm fora da rede também devem ser protegidos na rede”, prosseguiu.

No mês passado o texto foi aprovado pela Câmara dos Deputados, onde desde outubro de 2013 travava a pauta do Congresso Nacional.

Modelo

A proposta tramitava no Congresso desde 2011 e passou a ter votação cobrada após as denúncias de que agências de inteligência norte-americanas haviam espionado mensagens de cidadãos e autoridades brasileiras.

O impasse ocorreu devido à oposição de alguns deputados que defendiam os interesses das empresas de telecomunicações que não aceitavam o projeto, pois ele fere seus interesses e diminui seus lucros astronômicos.

Com a aprovação do Marco Civil da Internet o Brasil servirá de modelo democrático na rede e líder na defesa de novas regras contra o controle norte-americano na internet.

O que muda com a aprovação do Marco Civil da Internet?

NEUTRALIDADE DE REDE

É o ponto mais democrático da lei e o mais contestado pelas empresas de telecomunicações. Hoje, quem paga mais tem acesso a mais serviços. A partir do Marco Civil, os serviços para todos os usuários devem ser disponibilizados da mesma forma, sem variar velocidade e acessos, entre outras vantagens.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO

O texto retira a responsabilidade dos sites sobre os conteúdos gerados por usuários. A remoção de conteúdo só pode ser feita mediante ordem judicial, mas os portais podem ser punidos caso recebam ordem judicial e não tomem providencias.

PRIVACIDADE

Fotos e textos de redes sociais inativas, como o extinto Orkut, deverão ser efetivamente excluídos. Será exigida uma autorização prévia dos usuários para a venda de informações por empresas como o Google.

PUNIÇÕES

Em caso de quebra de sigilo, será estabelecida punição criminal, civil e administrativa, alem de indenização a usuários cujos direitos sejam violados.

Cronologia 

2009

O Ministério da Justiça abre consulta pública sobre o projeto.

2010

Governo federal aceita sugestões para estabelecer uma regulamentação geral sobre o uso da internet.

2011

O projeto é encaminhado para o Congresso Nacional

2012

O projeto chega ao plenário da Câmara

 2013

Cobrada a votação após as denúncias de espionagem norte-americana.

2014

Aprovação na Câmara dos Deputados e Senado e sanção do projeto.

Da Redação