Poder econômico domina o Congresso

Segundo o Diap, dos 594 deputados e senadores, 45% - ou 273 - são representantes dos empresários, o triplo dos representantes dos trabalhadores - 91.

A bancada dos trabalhadores corre o risco de encolher com a movimentação de empresários, ruralis­tas, evangélicos e cele­bridades para ocupar cadeiras no Congresso Nacional. O alerta é do Departamento Inter­sindical de Assessoria Parlamentar, o Diap.

Segundo a entida­de, será necessária uma forte articulação entre partidos e sindicatos no apoio aos deputa­dos e senadores que representam os trabalhadores para que o tamanho dessa banca­da não fique cada vez menor.

As bancadas dos evangélicos e dos em­presários, por exemplo, já se preparam para voltar renovadas e em número bem maior no pleito de 2014.

Enquanto isso, muitos dos parlamenta­res da atual legislatura mais empenhados em defender os trabalha­dores tiveram dificul­dades em obter votos suficientes nas últimas eleições, ficando em suplências e assumin­do vagas depois do afastamento de algum outro parlamentar.

Reforma política

Na avaliação do líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI), o diagnóstico do Diap só realça a importância de uma reforma política e eleitoral no País.

“Temos um mo­delo que permite a compra de mandatos, especialmente para o legislativo”, criticou o ex-governador do Piauí, com origem no movimento sindical.

“Ele não valoriza os programas de cada legenda”, protestou.

O senador consi­dera que quanto maior o número de parla­mentares que forem eleitos pela força do dinheiro, mais esse tipo de procedimento vai influenciar as le­gislaturas seguintes se nada mudar.

Antonio Carlos Queiroz, analista po­lítico do Diap, alerta que partidos interes­sados nos recursos do fundo partidário e na ampliação da propa­ganda eleitoral gratuita, ambos calculados com base no desempenho para a Câmara, têm priorizado o recruta­mento de gente famo­sa.

Da Redação