Bolsa Família retira 36 milhões de pessoas da miséria em dez anos
A presidenta Dilma Rousseff e vários ministros participaram hoje (30) de cerimônia em comemoração aos dez anos do Bolsa Família.
Vários ministros participam da solenidade, entre eles Guido Mantega, da Fazenda, Alexandre Padilha, da Saúde, e Tereza Campello, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Também estarão presentes parlamentares e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Hoje, 13,8 milhões de famílias recebem o Bolsa Família, o que representa 50 milhões de pessoas.
Como parte das comemorações, foi lançado o livro Programa Bolsa Família – Uma Década de Inclusão e Cidadania. A iniciativa é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Ministério do Desenvolvimento Social. O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos e presidente do Ipea, Marcelo Neri, e a ministra Tereza Campello apresentam a obra. Os artigos reunidos na publicação traçam um panorama da evolução do programa, resgatam as principais contribuições do Bolsa Família para as políticas de assistência social e apresentam dados sobre seu impacto nos indicadores de saúde, educação e proteção social e na redução da pobreza.
Dilma destacou que o programa retirou 36 milhões de brasileiros da situação de miséria, em um prazo considerado por ela de “pouco tempo”.
A presidente também exaltou o protagonismo feminino com a execução do Bolsa Família e destacou o lema do governo federal, de que “o fim da miséria é apenas o começo”. “Seria possível em uma década acabar com a miséria que foi construída durante séculos? Foram séculos de descaso, sem enxergar a pobreza”, disse a presidente. “O Bolsa Família vai existir enquanto houver uma só família pobre nesse país”, completou, rebatendo avaliação de que o programa “acomoda ou vicia” seus beneficiários.
Em seu discurso, a presidente afirmou que o Bolsa Família veio para ser “a porta de saída da miséria e a grande porta de entrada em um mundo com futuro e esperança”. Dilma fez críticas ao que chamou de práticas clientelistas em programas sociais anteriores ao Bolsa Família. “Rompemos com longa tradição de programas assistencialistas de baixa efetividade”, completou.
Dilma refutou a avaliação de que o programa possa ser caracterizado como “esmola”, afirmando que é uma “tecnologia social de transferência de renda” ao assegurar poder de compra, de decisão e, portanto, livre arbítrio a seus beneficiários. “Ele gera liberdade de escolha, de cidadania, a consideração e a instituição de quem recebe como cidadão brasileiro”, disse. “O Bolsa Família é um programa emancipador, transfere poder”, acrescentou.
Dilma citou, como desdobramentos do Bolsa Família, programas como o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), pelo qual 800 mil beneficiários estão matriculados em algum curso técnico; Crescer, voltado para o empreendedorismo; Água Para Todos; Bolsa Verde, com foco na preservação do meio ambiente; Brasil Carinhoso, destinado à primeira infância; entre outros.
“Os efeitos do Bolsa Família podem ser medidos, contados, e isso pode ser feito de várias maneiras”, afirmou Dilma, lembrando que a Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda o programa a outros países.
Dilma destacou parcerias com prefeitos e governadores e rebateu avaliações feitas por críticos ao programa. “Isso não nos impede de levá-lo à frente e nos comprometermos com esse que é um dos maiores objetivos do meu governo, como foi também do governo do presidente Lula, que é a eliminação da pobreza”, disse. “Ninguém que governou de costas para o povo tem legitimidade para atacar o combate à desigualdade que fizemos”, completou.
Do Valor Econômico/ Agência Brasil