Rede, de Marina, diz que agronegócio é ´setor essencial da economia´

Após ser criticada por dezenas de entidades, Marina tenta isolar Caiado no mundo da devastação ambiental

A Rede Sustentabilidade divulgou sábado (12) nota para tentar desfazer o mal-estar criado entre Marina Silva e os representantes do agronegócio depois que a ex-senadora, recém-filiada ao PSB, vetou a presença do deputado ruralista Ronaldo Caiado (DEM-GO) em uma coligação para a disputa eleitoral de 2014 em Goiás.

“A forte resistência do deputado em trazer para o setor agrícola a necessidade estratégica da sustentabilidade ambiental, econômica e sócio cultural tornaria inviável qualquer aliança política entre a Rede e o DEM”, diz o comunicado, sem fazer menção ao PSB, e reiterando que as críticas de Marina foram direcionadas exclusivamente ao ex-presidente da União Democrática Ruralista, e não ao agronegócio como um todo.

A força do empresariado rural e o apoio do governo Lula ao setor foram dois dos motivos para que Marina deixasse o Ministério do Meio Ambiente, em 2008, e o PT, para se candidatar ao Palácio do Planalto em 2010 pelo PV. Agora, às portas das eleições de 2014, a ex-senadora tenta evitar que os ruralistas, próximos do presidente do PSB, Eduardo Campos, fujam em direção a outras candidaturas.

O partido acusa Caiado de promover distorções sobre as declarações de Marina. Entre as muitas declarações que a ex-senadora deu ao longo desta semana, a afirmação sobre o deputado foi a que criou maior repercussão, com notas de desagravo ao parlamentar emitidas por dezenas de entidades representativas do setor rural. Isso provocou reações também dentro do PSB, com apoiadores do governador de Pernambuco afirmando que a política não poderia trazer para dentro da legenda condições na montagem de alianças.

Agora, a nota da Rede argumenta que as críticas a Caiado não podem ser estendidas ao agronegócio brasileiro. “A Rede Sustentabilidade reafirma seu compromisso com esse setor essencial da economia e da sociedade brasileira e a intenção de trabalhar para seu desenvolvimento, sempre com respeito ao ambiente e aos direitos dos trabalhadores rurais e populações indígenas”, diz.

Marina se filiou ao PSB há uma semana, depois que seu partido não conseguiu o número de assinaturas necessárias para ter o registro autorizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ao longo da semana, apoiadores dela e de Campos tentaram afinar o discurso para evitar a criação de polêmicas públicas em torno das posições da ex-ministra do Meio Ambiente, agora integrante de uma sigla com claro viés desenvolvimentista.
Antes de se ver forçada a entrar no partido, Marina afirmou que Dilma Rousseff, Aécio Neves e Campos, então os adversários nas eleições presidenciais do próximo ano, faziam parte do mesmo “diapasão”, e que ela representava a nova política.

Da Rede Brasil Atual