Programa já assegura 1.753 novos médicos para 626 municípios

Os 1.753 médicos selecionados vão atender em locais de maior vulnerabilidade social

A maioria dessas cidades está em áreas de grande vulnerabilidade social; entidades de classe farão encontro em Brasília para articular derrubada da MP e dos vetos de Dilma à lei do Ato Médico

Os médicos com registro válido no Brasil selecionados na primeira fase do Programa Mais Médicos têm até as 16h deste sábado (3) para homologar a participação e assinar termo de compromisso confirmando o interesse no município indicado. A lista final com profissionais e municípios que participarão desta primeira seleção será publicada na segunda-feira no site do Ministério da Saúde (MS). A próxima chamada de médicos e municípios começa no próximo dia 15.

Conforme balanço divulgado na útima quinta-feira (1º), foram selecionados 1.753 médicos para atuar em 626 municípios. Segundo o MS, mais da metade (51,3%) está localizada em áreas de grande vulnerabilidade social do interior, e 48,6% nas periferias de capitais e regiões metropolitanas. Todas as localidades estão entre as prioritárias do programa.Do total, 375 têm 20% ou mais de sua população em situação de extrema pobreza.

A região Nordeste concentra municípios contemplados com o maior número de médicos, um total de 619 profissionais direcionados a 300 cidades e um distrito sanitário especial indígena (DSEI), seguido pelo Sudeste, com 460 dos médicos para 122 municípios, Sul, com 244 médicos em 90 municípios. A região Norte vai receber 250 médicos em 74 municípios e 17 distritos, e o Centro-Oeste, 180 médicos para 40 municípios e cinco DSEI.

Os estados que receberão mais médicos serão Bahia (161), Minas Gerais (159), São Paulo (141), Ceará (138), Goiás (117), Rio Grande do Sul (107) e Amazonas (73).

O ministro Alexandre Padilha afirmou estar satisfeito com os profissionais interessados em atuar nas regiões mais carentes do Brasil, mas reconheceu a grande demanda a ser atendida.  “Nesta primeira seleção, focada nos médicos brasileiros, ainda ficamos com um déficit de 13.647 vagas”, destacou.

O programa estabelece prioridade para os profissionais brasileiros no preenchimento dos postos de trabalho. As vagas remanescentes serão oferecidas aos brasileiros graduados no exterior e em seguida aos estrangeiros.

Entre os próximos dias 6 e 8, os que se formaram no exterior e finalizaram o cadastro poderão escolher os municípios com vagas não ocupadas por brasileiros. No dia 9, será publicada a lista das localidades que receberão estrangeiros.

Os médicos do programa – brasileiros ou estrangeiros – devem começar a atuar nos municípios em setembro. Todos os profissionais formados no exterior serão avaliados e supervisionados por universidades federais, de todas as regiões do país, que se inscreveram nesta primeira etapa do programa.
Resistência

As entidades médicas seguem em oposição ao programa. Nos próximos dias 8, 9 e 10, o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), com apoio de outras entidades de classe, vai realizar encontro nacional extraordinário em Brasília.

Na pauta estão estratégias para a derrubada dos vetos da presidenta Dilma Rousseff ao Ato Médico, que regulamenta a profissão, e da Medida Provisória 621, que institui o programa Mais Médicos.

Já nas universidades federais o apoio é crescente depois que o governo desistiu de aumentar em dois anos o tempo de duração da graduação em Medicina. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, esteve hoje em Belém com dirigentes de instituições federais de ensino superior para discutir a supervisão das entidades aos médicos do programa. Das 59 universidades federais, 41 universidades já fizeram a pré-adesão e tem até o fim do mês para confirmar a participação no programa.

Segundo Mercadante, com a mudança na proposta de formação médica, os reitores ficaram mais sensíveis ao programa e vão aprofundar os debates com suas comunidades.

Da Rede Brasil Atual