Mobilização contra a abstenção dia 31
A militância política preocupada em garantir a continuidade do desenvolvimento social e econômico do Brasil deve também focar a luta contra a abstenção no segundo turno.
O cientista político da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Hermes Zaneti alerta sobre o risco de aumento de abstenção de votos no segundo turno das eleições, marcado para o dia 31. Segundo ele, a razão seria o fato de o segundo turno presidencial ser uma eleição “solteira” para a maioria da população.
“Em 18 estados não haverá segundo turno para governador, assim como não teremos em nenhum mais eleições para senador, deputado federal e deputado estadual, que são agentes mobilizadores. Não há um motor mobilizador do eleitorado para o dia da eleição”, avaliou .
De acordo com ele, a proximidade do dia da votação – domingo (31) – com o feriado de Finados, que será na terça seguinte, dia 2 de novembro, também pode desmotivar o comparecimento dos eleitores. “A data escolhida é absolutamente inoportuna”, criticou ao dizer que o novo turno das eleições está marcado entre “datas que as pessoas querem aproveitar para o seu lazer e viagem”.
Para o cientista político, as abstenções revelam o “desencanto” dos eleitores. “Não é imotivado isso, basta lembrar os episódios a que nós assistimos – quer em nível regional, quer em nível federal”, disse. Na opinião do acadêmico, “isso é um chamamento aos partidos, às lideranças, e à própria estrutura democrática que com tanta dificuldade se conquistou no país”.
Apesar das críticas, o professor defendeu o comparecimento de todos eleitores na votação. “A população precisa participar. Não é porque o voto é obrigatório, mas porque é a oportunidade do exercício da cidadania. Neste momento, o poder está na mão de quem detêm o voto.”
Hermes Zaneti também reconheceu a importância das eleições em dois turnos. “São apenas dois candidatos. Aí há realmente o confronto de propostas, o que no caso específico desta eleições nós não tivemos”, lembrou.
No primeiro turno das eleições, 24,6 milhões de pessoas deixaram de votar (18,12% dos eleitores).
Da Redação com Agência Brasil