Vox Populi dispara contra críticas da Folha

Diretor-presidente do Vox Populi critica o jornal Folha de S. Paulo por tentar desqualificar pesquisa do seu instituto

Diante dos questionamentos a respeito dos resultados da pesquisa eleitoral do Vox Populi, o diretor-presidente do instituto João Francisco Meira critica a cobertura da Folha de S.Paulo. “Quem tem de se explicar é o Datafolha”, afirma em entrevista à Rede Brasil Atual.

Divulgada no sábado, dia 3, pela Band, o levantamento mostrou ascensão da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, que empatou tecnicamente com o tucano  José Serra. O ex-governador de São Paulo aparece com 34% das intenções de voto contra 31% da ex-ministra da Casa Civil. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

A pesquisa do Vox Populi mostrou números bem diferentes do levantamento feito a alguns dias pelo Datafolha, instituto de pesquisas da Folha. Nele, a diferença entre Serra e Dilma teria aumentado para 9 pontos percentuais (36% Serra e 27% Dilma). A Folha, através da coluna “Painel”, publicada no último sábado, insinuou que a pesquisa Vox Populi relativa à sucessão presidencial teria sido manipulada contra José Serra.

Meira lembra que outros institutos como o Sensus e o Ibope trouxeram tendências semelhantes às contatadas pelo Vox Populi. Ainda segundo ele, o único com dados divergentes foi o Datafolha. “Na pesquisa de março, (os técnicos do Datafolha) não publicam detalhes, e as explicações que deram não batem”, critica. As mudanças no cenário, relacionadas ao fim dos problemas com as chuvas em São Paulo e o crescimento do tucano sem causas específicas na região Sul foram as razões apresentadas pelo Datafolha.

Questionamentos
Um dos principais questionamentos ao levantamento do Vox Populi diz respeito à ordem das perguntas. Primeiro, os entrevistados eram interrogados sobre o conhecimento prévio dos pré-candidatos. Depois, demandava-se a intenção de voto. “Nossos levantamentos são feitos da mesma forma há anos, sem alteração”, defende-se Meira.

Admitindo-se irritado com “essa conversa sobre nosso questionário”, ele defende a opção adotada pelo instituto. “Quem disse que perguntar sobre o conhecimento do candidato influencia na intenção de voto? O contrário é que sim”, critica.

Para o cientista político, a ordem é necessária porque as questões sobre a preferência do eleitor incluem apresentar diferentes listas de candidatos aos entrevistados. Depois de ler os nomes nas cartelas, os participantes poderiam dizer que ouviram falar de um dos concorrentes apenas porque viram seu nome entre as opções apresentadas.

“O Vox Populi tem um modelo, falamos na casa das pessoas, damos tempo para elas responderem, nossas pesquisas podem ser auditadas a qualquer tempo”, pondera. “O Datafolha faz entrevistas na rua, sem verificar se a pessoa mora mesmo na cidade”, compara.

Segundo Meira, a principal diferença entre os institutos é que o Datafolha faz parte de um grupo de comunicação que tem um jornal de grande circulação. “Não posso brigar com um jornal como esse”, sustenta. “Enviamos uma nota ainda no sábado para o jornal (Folha), mas nenhuma linha foi publicada. Queria saber se o manual de jornalismo que eles dizem respeitar está sendo respeitado neste caso”, ataca.

Da Redação, com Rede Brasil Atual