Tucanos estariam armando ocupação, denuncia Marinho

O candidato do PT em São Bernardo denunciou ontem que grupos ligados ao candidato Orlando Morando (PSDB) estariam organizando uma ocupação de terreno em São Bernardo para fazer com que a responsabilidade da ação recaísse sobre o PT e o MST


Marinho alerta sobre boato de invasão

O candidato à prefeitura de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), alertou ontem que grupos ligados ao candidato Orlando Morando (PSDB) estariam organizando para esta semana uma ocupação de terreno em São Bernardo para fazer com que a responsabilidade da ação recaísse sobre o PT e o MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Para tanto, os participantes da ocupação usariam camisetas vermelhas.
Marinho disse que esses boatos circulam na cidade desde a semana passada e que na segunda-feira, durante visita na Vila Vivaldi, mais pessoas confirmaram ter ouvido conversas nesse sentido.

Alerta geral
Orientado pelos advogados, o candidato petista elaborou Boletim de Ocorrência de preservação de direitos, além de enviar ofícios para alertar as autoridades eleitorais e as polícias militar e civil.
“O objetivo é desestimular uma ação como essa”, avisou o candidato do PT. Para ele, esse é um ato de desespero e de irresponsabilidade que precisa ser evitado. Marinho disse que não vê ligação entre essa possível ação aqui na cidade e a acusação do governador Serra de que o PT estaria fazendo uso político da greve dos policiais civis. “Serra sabe que exagerou nas palavras ao acusar o PT”, Luiz Marinho, no entanto, não acredita que uma possível ocupação em área da cidade possa prejudicar sua campanha.
“Entendo que os eleitores já tomaram sua decisão, além da falta de credibilidade do adversário, que mentiu a campanha inteira”, comentou.

Armação deste tipo não é novidade

Às vésperas do segundo turno da campanha presidencial de 1989, o secretário de Segurança de São Paulo, Luiz Antonio Fleury Filho, apresentou os sequestradores do empresário Abílio Diniz, dono do Pão de Açúcar, com camisetas do PT. As imagens oram mostradas incessantemente aos quatro cantos do mundo, numa mensagem que vinculava os sequestradores ao candidato petista, na época Lula.
Não houve tempo do PT contestar aquelas imagens e tampouco a versão sobre o desfecho do sequestro até o domingo da eleição. Lula perdeu a eleição para Collor. Nos dias seguintes, a verdade surgiu. Os sequestradores, quase todos chilenos, não tinham vinculação política e o sequestro não passou de crime comum.