Ciesp cobra Eletropaulo sobre apagão na indústria

A diretoria regional de São Bernardo do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) cobra ações efetivas da AES Eletropaulo sobre os constantes problemas de falha no fornecimento de energia no entorno do bairro Cooperativa. No início de março, o local teve um apagão deixando as empresas do bairro sem energia por 10 dias.

Representantes da AES Eletropaulo alegaram que o problema se deu devido a um aquecimento fora dos padrões habituais, que causou o rompimento dos cabos e que recebeu previsão de ser solucionado em quatro horas, mas acabou levando 10 dias. A reunião foi a terceira deste ano

Os representantes das indústrias cobraram informações mais precisas quanto ao tempo de retomada da energia para minimizar os prejuízos.

 “Não temos uma resposta ainda, é a nossa missão para a próxima reunião responder o que vamos fazer para melhorar o prazo de restabelecimento, que sejamos mais efetivos e rápidos em passar as informações para que os senhores possam tomar as decisões de negócios necessárias”, disse Teresa Vernaglia, diretora comercial da AES Eletropaulo.

As empresas reclamam também das microparadas no fornecimento de energia. São interrupções de até três segundos, mas que também causam grandes prejuízos.

Felipe Lopes, da Belga Vidros, disse que ao longo dos meses a situação só vem piorando. “Um segundo de parada no abastecimento de energia elétrica causa a perda de matéria-prima. Precisamos de uma ação da Eletropaulo a curto prazo. Sabemos dos investimentos previstos e eles são bem vindos, mas não podemos esperar tanto tempo”, disse o empresário.

Desde de dezembro, o Ciesp/SBC vem realizando reuniões com a empresa. No dia  20 ocorreu o terceiro encontro.

Maria Célia Salles, proprietária da Macron, desabafou: “Nunca foi tão frequente o problema de energia elétrica no Bairro Cooperativa. Acredito que parte da culpa seja dos religadores instalados pela Eletropaulo, que podem ser bons para a companhia, mas não para as empresas. Nós precisamos trabalhar, mas da forma que está é impossível. Não é um problema pontual, é geral. Talvez esses investimentos anunciados tenham demorado muito para acontecer. Da forma que está é muito difícil continuar.”

 Nelson Wagner Antonini, gerente industrial da Metalúrgica Dulong e coordenador do grupo do Bairro Cooperativa do CIESP SBC, também acredita que os religadores favorecem o trabalho da Eletropaulo, mas podem estar prejudicando as indústrias: “Temos contabilizado grandes prejuízos por conta das microparadas. O religador coloca a Eletropaulo na zona de conforto, mas a empresa não. Quando ocorre uma interrupção de 3 segundos no fornecimento de energia elétrica, a empresa leva no mínimo 15 minutos para ser religada. Necessitamos de uma ação efetiva.”

 

Do ABCD Maior