Micro e pequenas do ABCD cresceram 13,4% em maio
O faturamento das micro e pequenas empresas da Região cresceu 13,4% em maio se comparado ao mesmo mês de 2011. O ABCD teve o maior crescimento do estado, superior ao da Capital (9,9%), ao da Região Metropolitana (9,2%), ao interior do Estado (11,5%) e a média estadual (10,3%). Também cresceu 9,2% em relação ao último mês de abril. As informações foram divulgadas pelo Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) nesta quarta-feira (04/07).
O diretor superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano, ressalta a manutenção do crescimento do setor de serviços no País e no ABCD. “Com o aumento de renda nos últimos anos e com o surgimento na ‘nova classe média’, a classe C, o setor de serviços tende a se manter em crescimento, enquanto a renda se mantiver alta e a taxa de desemprego baixa. O ABCD tem destaque nesse crescimento”, afirmou Caetano.
Para o Sebrae, a expectativa em relação ao faturamento dos próximos meses é positiva. Conforme o levantamento, 54% dos micro e pequenos empresários do Estado acredita na manutenção do faturamento durante os próximos seis meses. Já 31% prevê melhora da receita, 5% acredita em queda e 10% não soube responder.
Ainda de acordo com o levantamento do Sebrae, a queda de juros provocada pelo governo, a redução do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) sobre os veículos e produtos de linha branca – geladeira, fogão – devem estimular o consumo e fazer com que a economia nacional volte a crescer no final do ano.
A previsão do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) que já chegou a ficar em 4%, foi rebaixada para 2,18%, segundo o Boletim Focus do Banco Central.
Para o Sebrae, o crescimento da economia deve beneficiar os micro e pequenos empresários, mas não é momento para acomodação. “Os microempresários precisam continuar firmes e fortes, com atenção e planejando seus negócios para manter o faturamento”, observou Bruno Caetano.
Setor de serviços tem peso na economia regional
Antes dependente quase que exclusivamente da indústria, a economia da Região passou a ter no setor de serviços outro vetor de crescimento, conforme analisa Leandro Prearo, coordenador do Inpes (Instituto de Pesquisa da Universidade Municipal de São Caetano). “Nos anos 1970, 1980, a economia era muito atrelada e dependia da indústria. Hoje existe uma maior independência com o crescimento do setor de comércio e, principalmente, do de serviços, que é o que se tem mais expectativa de crescimento no País”. Prearo lembra, no entanto, que a retomada do crescimento industrial também beneficia os demais setores. “A indústria é a base de tudo. Isso ajuda também o setor de serviços e comércio”.
Prearo ainda ressalta o destaque do setor de serviços na Região. “O ABCD vem se destacando neste setor mais do que outras regiões, pois tem microempresas mais consolidadas, abertas há mais tempo. Não tem aquele “abre e fecha” dos lugares, como em outras regiões”, destaca ele. “São Paulo já avançou bastante no setor, por isso, apresenta crescimento menor do que da Região e do Interior do Estado”.
O coordenador ainda lembra a importância do programa MEI (Microempreendor Individual), programa criado em 2009 pelo governo federal, que formaliza os micro e pequenos empresários com renda de até R$ 3.000 por mês e que passam a ter benefícios como a aposentadoria e o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica).
“A lei do microempreendedor vem mudando o panorama da informalidade. Passam a ter mais microempresários formalizados. Os benefícios que passam a ter estimulam o seu crescimento, além do que, são esses que entram na estatística”.
Do ABCD Maior