Contratações temporárias começam no ABC

Expectativa é de 2.350 vagas criadas só nos shoppings

Os anúncios para contratação de funcionários temporários para o final de ano já começaram a ser fixados nas vitrines das lojas de shoppings e comércio na região. De acordo com pesquisa da Asserttem (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e Empregos Temporários), 139 mil vagas temporárias serão abertas em todo o país (70% para o comércio e 30% para a indústria), um crescimento de 11% em relação ao ano passado.

Em três shoppings da região (Mauá Plaza Shopping, Shopping Metrópole e Shopping ABC), a estimativa é que 2.350 vagas sejam abertas, sendo que 1.000 serão somente no Shopping ABC.

Para Osvaldir Bertho Bono, presidente da Associação de Lojistas do Shopping ABC, esse pode ser um dos melhores Natais dos últimos anos. “O varejo tem conseguido manter um bom ritmo de vendas ao longo de 2010. A economia também está fortemente aquecida com o mercado da construção, além das eleições e uma série de investimentos do governo, inclusive na região, que têm contribuído direta ou indiretamente para o cenário.”

A diretora de comunicação da Asserttem, Jismália de Oliveira Alves, destaca o aumento da renda como um dos fatores que contribuíram para o crescimento  das vagas em relação ao ano passado. “Estamos vivendo um momento em que a economia dá sinais muito positivos. As classes mais baixas estão subindo para a classe C, com um poder de compra maior.”

Para o professor de economia da Universidade Metodista Sandro Maskio, além de todos esses fatores, há o 13º salário. “Além do costume de se comprar presentes na data, o benefício salarial que os trabalhadores recebem no fim do ano é um grande reforço para o aumento de vendas”.

De acordo com dados da Asserttem, das 139 mil vagas, cerca de 41.700 serão ocupadas por jovens que procuram o primeiro emprego.

O contrato para as vagas temporárias geralmente vai até janeiro ou fevereiro, mas há a possibilidade de efetivação no cargo. Segundo estudo da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), cerca de 25% dos temporários se tornam fixos.

É o caso do vendedor de uma loja de artigos para surfe  do Shopping ABC Tiago Tadeu Mendes da Silva, que entrou como temporário em setembro e já foi efetivado. “Entrei no intuito de ficar, mostrei um trabalho diferenciado e continuei na empresa. E ainda quero tentar ser gerente.”

Já o também vendedor de outra loja de artigos de surfe do mesmo shopping Roberto de Oliveira Júnior está trabalhando como temporário há dois meses. “Já trabalhei como temporário no ano passado, mas larguei o serviço porque não estava compensando. Agora fiquei desempregado e resolvi entrar na vaga. Dessa vez estou me empenhando para ser efetivado e já estou no segundo lugar no ranking de vendas.”

Requisitos
Cada shopping possui um processo diferente para a contratação, mas, na maioria deles, os interessados nas vagas devem encaminhar os currículos diretamente para as lojas contratantes. “Os candidatos devem se preparar, elaborar um currículo bem objetivo, colocar de fato os conhecimentos que possuem e ir em busca de uma oportunidade”, disse Jismália.

A dica de Bertho Bono, da Associação de Lojistas do Shopping ABC, para conseguir uma vaga é, principalmente, ser participativo e ter iniciativa. “É sempre bom ser observador, ter vontade de trabalhar em equipe e agregar boas ideias e práticas para a empresa. Ser somente pontual e cumprir as tarefas não bastam. É necessário ter vontade de aprender e de crescer, gerar novos valores para a empresa e para si mesmo.”
 
Para Josefa Vilma Aomirale, proprietária de uma loja de roupa do shopping ABC, a venda não é o fator único para a contratação. “O vendedor também precisa ser comunicativo, cativar o cliente e não pode ter preguiça para mostrar o produto.”

Já Francine Silva Yagui, gerente de uma loja de roupa para jovens, avalia que o principal requisito é o interesse para o serviço. A loja está contratando dois vendedores temporários e outros dois fixos. “Temos uma dificuldade porque ninguém quer compromisso. Já procurei até em sites de emprego, marquei com duas pessoas para fazer testes e elas não apareceram. Não são nem trabalhadores qualificados que faltam porque não exijo experiência, o que falta é vontade mesmo.”

Lei
Assim como os trabalhadores efetivos, os temporários também precisam ser registrados, mesmo que somente por um mês. “O trabalho temporário tem uma lei (6.019/74) que regulamenta a atividade e garante todos os direitos como um emprego fixo, exceto a multa do fundo de garantia e o aviso prévio. O trabalhador deve exigir o registro em carteira e, se não houver, passa a ser considerado trabalho informal”, afirmou a diretora de comunicação da Asserttem.

Do Rudge Ramos Jornal