Vila Euclides pode ser patrimônio histórico

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O estádio já teve o nome do general Artur da Costa e Silva em homenagem ao segundo presidente militar da ditadura brasileira. Antes, era usado como área de lazer pelos trabalhadores na tecelagem Elni, instalada onde funciona hoje o Poupatempo de São Bernardo.

A fábrica fechou e o estádio transformou-se no popular Vila Euclides, que a partir de 1979 foi transformado pelos metalúrgicos do ABC em um terreno de luta por respeito, melhores condições de trabalho e pela democracia.

Hoje, com o nome de Estádio 1º de Maio, a luta é para ele ser o primeiro bem público brasileiro tombado como patrimônio histórico que preserva a memória dos trabalhadores.
“Temos muitas igrejas, casarões da burguesia, estradas, fortalezas militares, mas o trabalhador não está representado no patrimônio histórico nacional. Os monumentos são voltados ao poder econômico”, descreve a historiadora Simone Scifioni, professora da Universidade de São Paulo.

Reconhecimento
Ela acaba de entregar um relatório sobre a importância do tombamento do Vila Euclides ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão do Ministério da Cultura, que aceitará ou não o pedido.

Tombamento é o ato de reconhecimento do valor cultural de um bem, que o transforma em patrimônio oficial e institui regime jurídico especial de propriedade, levando-se em conta sua função social.

“Cabe agora ao movimento sindical fazer gestões para que o tombamento ocorra e os trabalhadores conquistem o reconhecimento da própria história como patrimônio”, afirma Rafael Marques, vice-presidente do Sindicato, que defende a criação do museu do trabalhador no local.