Luta – Professores de São Paulo entram em greve


Professores estaduais querem do governador Serra uma política de educação

Os professores da rede pública de ensino de São Paulo entraram em greve, ontem, por reajuste de 34,3% referentes às perdas salariais dos últimos 12 anos, redução do número de professores temporários e uma política de educação para o Estado, entre outras reivindicações.

A decisão foi tomada na última sexta-feira, em assembleia que reuniu cerca de 10 mil pessoas em frente da Secretaria da Educação, na capital. Eles protestavam contra a proposta do governo Serra de incorporar as gratificações ao salário dos professores. Com essa medida, o reajuste da categoria ficaria entre 0,27% e 0,59%.

“A greve foi inevitável diante das condições do ensino no Estado”, explicou a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha. “O descontentamento é geral com a falta de uma política de educação que contemple salários dignos, uma carreira estruturada e condições de trabalho”, disse.

Abandono deliberado
Os professores também denunciaram a superlotação nas escolas, a falta de funcionários, as salas cheias, a ausência de material didático, o desmonte das bibliotecas e a pouca atenção dada ao ensino de informática.

“Há 16 anos o governo de São Paulo vem sucateando o serviço público para entregá-lo à gestão de Organizações Sociais e para a iniciativa privada, como fez com a saúde”, analisou Carlos Ramiro de Castro, vice-presidente da CUT-SP e diretor da Apeoesp. “É uma política deliberada de abandono”, completou.