Paulo Vidal foi importante para o nosso Sindicato


No filme, o personagem de Paulo Vidal ganhou nome de Feitosa e um outro comportamento

Dois dos integrantes da diretoria do Sindicato na época em que Lula presidiu a entidade gostaram muito do filme Lula, o filho do Brasil, exibido sábado, no Pavilhão Vera Cruz, em São Bernardo, para cerca de 2.000 pessoas.

“Me emocionei muito”, disse Nelson Campanholo, que era primeiro-secretário.

“Relembrei um passado do qual tenho muita saudade. Apesar de ser um tempo duro por causa da ditadura militar, foi uma época maravilhosa”, prosseguiu.

Em sua opinião, no entanto, Paulo Vidal, presidente anterior a Lula, não foi retratado com fidelidade.

“As brigas na sucessão de Vidal para Lula não aconteceram”, relembrou.

“Lula não queria ser presidente, foi difícil convencêlo, e o filme não mostra isso”, comentou.

Vidal aparece no filme como um dirigente de atuação restrita por causa das imposições da ditadura.

Campanholo não concorda.
“Ele não era isso, ele não negou fogo. O Paulo era avançado para a época” finalizou.

Restrições – Djalma Bom, que foi suplente da diretoria, também gostou do filme. “É emocionante ver nossa luta sindical mostrada como uma das responsáveis pela volta do Estado democrático no País”, destacou.

Da mesma forma que Campanholo, porém, ele observou que certas cenas não ocorreram como foi mostrado.

Vários comentaristas concordam e dizem que o filme deveria seguir a risca o livro da escritora Denise Paraná, que deu base ao roteiro.

“A assembleia que decidiu pela volta da diretoria, em 1979, por exemplo, aconteceu no Sindicato e não na Igreja como o filme mostra”, corrigiu Djalma.

Ele também fez restrições ao modo como Paulo Vidal foi mostrado. “O Paulo não deveria ter sido tratado daquela maneira, não o vejo daquele jeito”, afirmou.

Na verdade, a atuação de Paulo Vidal foi mais importante do que é mostrada. Afinal, ele pavimentou o caminho para que Lula chegasse à presidência do Sindicato.