Muro de Berlin – Comemoração esconde desigualdades


As imagens das comemorações dos 20 anos da queda do Muro de Berlim transmitem a ideia de que todos estão felizes com o fato. Nada mais falso.

Com o fim da barreira entre as duas Alemanhas, os antigos países comunistas aderiram incondicionalmente ao neoliberalismo, um sistema no qual o mercado privado define todas as relações econômicas e sociais. Uma decisão desastrosa.

Levantamento recente mostra as imensas perdas econômicas de algumas dessas nações apenas neste ano: 18,4% na Lituânia, 16% na Letônia, 14% na Ucrânia e 13,2% na Estônia, 7,8% na Eslovênia, 6,5% na Hungria, 6% na Eslováquia, 4,3% na República Tcheca.

Privatização – Mas, o retrocesso não foi apenas econômico.
Se no mundo comunista não havia liberdade e os sindicatos eram controlados pelo Estado, a educação, a previdência social e a saúde eram universais e as pessoas não viviam apenas pela busca do lucro.

Hoje, existe liberdade, mas o ambiente é selvagem, obcecado pela busca do dinheiro, com o interesse geral sacrificado pelo interesse privado. A educação, a saúde, a previdência foram privatizadas e atendem apenas a quem tem dinheiro.

Queda contribuiu para neoliberalismo
Construído em 1961, o muro separava a cidade de Berlim ao meio e simbolizava a divisão do mundo em dois blocos: o comunista, liderado pela extinta União Soviética, e o capitalista, comandado pelos Estados Unidos.

A queda, em 9 de outubro de 1989, foi o primeiro passo para o fim da União Soviética e dos regimes comunistas do leste europeu, abrindo espaço para a consolidação e o crescimento do neoliberalismo. Sitema cuja derrocada teve início com a recente crise econômica mundial.