Estado de São Paulo “ganha” mais de 1,2 milhão de veículos em um ano

A cidade de São Paulo ainda concentra maior quantidade de veículos por habitante, mas o maior aumento da frota, em números relativos e absolutos, ocorreu fora da capital

A frota de veículos no Estado de São Paulo recebeu, entre junho de 2008 e junho de 2009, o aporte de 1,2 milhão de unidades e atingiu a marca de 19,5 milhões, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran). A cidade de São Paulo ainda concentra maior quantidade de veículos por habitante, mas o maior aumento da frota, em números relativos e absolutos, ocorreu fora da capital (interior, litoral e municípios da Região Metropolitana).

Só na cidade de São Paulo já são 6,55 milhões de veículos, entre carros, motos, vans, utilitários, caminhões, ônibus, entre outros. Se todos os veículos fossem colocados na rua ao mesmo tempo, seriam necessárias duas capitais e meia, levando em conta que a cidade possui 16 mil km de vias e considerando que o tamanho médio de um veículo é de aproximadamente 6 metros. Enfileirados, os veículos dariam uma volta completa no planeta Terra, que possui cerca de 40 mil km de circunferência.

A proporção na capital – que, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), possui atualmente 11 milhões de habitantes – é de um veículo para 1,68 morador. No Estado (com 41,4 milhões de habitantes), a proporção é de um veículo para 2,12 moradores. Já se a cidade de São Paulo for excluída do cálculo, a proporção é de um veículo para 2,34 habitantes.

Nos últimos dez anos, a frota de veículos no Estado recebeu 7 milhões de novas unidades, saltando de 11,9 milhões em janeiro de 1999 para 18,9 milhões no mesmo mês deste ano. Considerando o crescimento médio da frota nos últimos 17 anos – em torno de 110 mil unidades – a estimativa é que o Estado tenha atualmente 19,7 milhões de veículos e ultrapasse a marca de 20 milhões em dezembro.

Capital tem menor aumento da frota

Para o engenheiro Hugo Pietrantonio, especialista em planejamento de transporte urbano, o aumento da frota não é o problema. “A frota no Brasil ainda tem espaço pra crescer. A menos que se queira cidadãos de duas categorias [com e sem carro]. Posse do automóvel não significa necessariamente uso. A tendência é que o crescimento da frota gere aumento no tráfego, mas a racionalização do trânsito pode resolver esse problema.”

De acordo com os dados do Detran, a frota de veículos cresceu aproximadamente 30% na capital na última década. Fora da cidade de São Paulo, no entanto, o aumento foi bem maior: 77%. Em todo o Estado, o aumento da frota foi de 58%. “Isso é natural. Como as cidades menores têm um nível de motorização menor, a mudança é mais notável”, diz o engenheiro.

“Em cidades do interior, há congestionamentos em ruas que anteriormente não havia trânsito intenso. Cada vez mais as cidades têm problemas de circulação antes. Hoje, uma cidade de 100 mil habitantes já tem problemas de trânsito, o que antes não ocorria”, acrescenta Pietrantonio.

Apesar de ainda corresponderem a 65% dos veículos no Estado e a 75% na capital, os carros perderam espaço para outras modalidades na composição da frota, sobretudo em razão do aumento de motos e utilitários (micro-ônibus, vans, caminhonetes, entre outros). Há dez anos, os carros de passeio representavam 72% dos veículos do Estado e 79% da cidade de São Paulo.

O número de motos cresceu 278%, saltando de 1,29 milhão em 99 para 3,6 milhões em janeiro deste ano. Já o crescimento dos utilitários foi de 77% – 1,08 milhão para 1,7 milhões na última década, segundo o Detran.

Do UOL