Preconceito impede votação do Estatuto

Preconceito. Esta é a razão pela qual o Estatuto da Igualdade Racial está tramitando no Congresso Nacional há 10 anos. Ele chegou a ser aprovado no Senado, mas voltou para a Câmara dos Deputados e está sem qualquer previsão de entrar em pauta.
O Estatuto prevê maior inserção dos afrodescendentes na sociedade por meio de políticas afirmativas.
Entre seus objetivos estão combater a discriminação racial e promover a participação dos negros em condições de igualdade e de oportunidades.
“Demora pelo mesmo motivo que a reforma agrária não avança”, diz Carlos Moura, assessor especial da Secretaria Especial de Promoção de Políticas de Igualdade Racial, um dos participantes do último roda de conversa, na noite de O terceiro Roda de Conversa ocorreu na última sexta-feirasexta-feira passada na Sede do Sindicato, quando o estatuto esteve em debate. “Tudo o que surge para beneficiar a comunidade negra e o pobre é negado”, disse.

Privilégios
Outro debatedor, o deputado Luiz Alberto (PT-BA), membro da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, avaliou que o Estatuto tem um conjunto de propostas
que mexe com os privilégios da elite e cita dois exemplos. Um é a disputa entre os ruralistas e os remanescentes de quilombos pela posse da terra.
Outro é a pressão da grande imprensa contra as cotas, já que o estatuto prevê uma inserção mínima de negros na produção de televisão e na propaganda. Além deles, o debate contou com a participação do deputado Vicentinho (PT-SP) e de Elzinha, ex-vereadora de Ribeirão Pires.


O terceiro Roda de Conversa ocorreu na última sexta-feira