Novos pedidos reaquecem produção

Os trabalhadores na Magneti Marelli, de São Bernardo, que tiveram seus contratos suspensos em março, retornaram ontem ao trabalho depois de dois meses afastados da produção. O tempo previsto de suspensão, em acordo com o Sindicato, era de cinco meses, a partir de março, que podia ser prorrogado por outros cinco.
A empresa retomou parte da produção de camisas (peça do motor) a partir de uma encomenda da montadora japonesa Mazda e da retomada de pedidos da MWM, produtora de motores.
“Nossa expectativa é de voltar ao que era antes, com a produção de um milhão de camisas, e até de recontratar companheiros que saíram da fábrica”, torce Juarez Barros, o Buda, diretor do Sindicato e metalúrgico na empresa.
No pior momento da crise, a produção caiu para 200 mil camisas ao mês. Com estes novos pedidos a produção subirá para 500 mil.
Cem companheiros tiveram seus contratos suspensos, mecanismo também conhecido como lay off. Nesses dois meses eles receberam
o seguro desemprego e tiveram o salário normal complementado pela fábrica. Eles também passaram por cursos de qualificação no Senai e de Cidadania no Sindicato.

Etapas
A suspensão do contrato foi adotada para driblar a ameaça de demissões em massa, que assombra os trabalhadores na Magneti desde abril do ano passado, quando despencaram os pedidos da GM dos Estados Unidos. Antes da crise, essa montadora comprava 60% das um milhão de camisas produzidas mensalmente aqui em São Bernardo.
Buda diz que, com a crise, a Magneti parece ter se convencido de que fabricar para o mercado interno é tão importante quanto exportar. “A produção de veículos e de autopeças para o Brasil se mantém no mesmo ritmo anterior à crise. Já o setor exportador continua num momento delicado”, comparou.