Redução é resultado da nossa pressão


18 mil metalúrgicos do ABC foram às ruas em 21 de janeiro

O governo federal anunciou ontem a prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos novos por mais três meses, com a contrapartida de manutenção do nível de emprego no período, conforme reivindicação dos trabalhadores desde o início do ano.
O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em São Paulo, dentro de pacote de medidas de estímulo à economia do País, em ato no qual estiveram presentes Sérgio Nobre, presidente do Sindicato, e Carlos Alberto Grana, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT.
Eles ressaltaram que a redução só foi prorrogada com garantia de nível de emprego por conta da pressão direta dos trabalhadores.
“Foram várias ações desde o início de janeiro quando levamos essa preocupação ao presidente Lula e a vários ministros”, lembrou Sérgio Nobre. Naquela ocasião, recorda ele, a Fiesp propunha a redução de salários como medida anticrise, enquanto os trabalhadores exigiam produção como saída para a crise.
“Nossa manifestação de 21 de janeiro e tudo o que fizemos dali por diante até o seminário da semana retrasada foram determinantes para pressionar o governo e as montadoras a incluir cláusula de manutenção de emprego em caso de renovação do acordo do IPI, o que ocorreu agora”, concluiu.

Garantias
Com a prorrogação, a manutenção do emprego vai até 30 de junho em todas as montadoras de automóveis e caminhões instaladas no País.
Já os companheiros contratados por prazo determinado terão o tempo de trabalho respeitado.
Segundo Sérgio Nobre, a maior parte dos contratos vence entre junho e dezembro em todo o Brasil.
“Essa garantia é tão importante que, se já tivesse sido conquistada, 800 metalúrgicos da GM contratados por prazo determinado não teriam sido demitidos”.